Foto: José Cruz/ Agência Brasil
O Conselho de Ética da Presidência da República rejeitou nesta
segunda-feira (28) a denúncia contra o ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, por não ter registrado em sua agenda encontros com advogados
de empreiteiros investigados pela Operação Lava Jato. Segundo o órgão, o
fato não configura uma "infração ética". Em fevereiro, o líder do PPS
na Câmara, deputado Rubens Bueno, entrou com uma representação no
Conselho contra Cardozo argumentando que o ministro havia quebrado o
Código de Conduta da Alta Administração Federal por não incluir o
encontro com três advogados da Odebrecht em sua agenda. Na época, o
Ministério da Justiça argumentou que era "dever" de Cardozo, como
ministro, receber advogados "no regular exercício da profissão conforme
determina o Estatuto da Advocacia". Em outro caso envolvendo Cardozo, os
conselheiros também disseram não ver "violação ética" no fato a Polícia
Federal fazer a escolta da filha do ministro, Mayra. No ano passado, o
Sindicato dos Servidores da Polícia Federal em São Paulo (Sindpolf-SP)
havia pedido que fosse investigado se não haveria desvio de finalidade,
já que os familiares de ministros não têm, por lei, direito a esquema de
segurança financiado com recursos públicos. A escolta foi revelada em
maio de 2014, depois de o veículo com Mayra e sua mãe ter sido abordado
por criminosos no Morumbi. O esquema de segurança é usado pela filha de
Cardozo desde 2011, quando o Relatório do Departamento Penitenciário
Nacional (Depen) apontou que um dos principais traficantes do país
planejava sequestrar uma autoridade pública e, como resgate, negociar
com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sua libertação de um
presídio federal.
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