Foto: Ricardo Stuckert/ CBF
O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, não vai fechar um acordo
de delação premiada com a Justiça norte-americana caso seja extraditado e
não pretende entregar dados sobre outras pessoas envolvidas em supostos
esquemas de corrupção no Brasil. A reportagem revelou com exclusividade
que o ex-dirigente já considera aceitar a extradição aos Estados Unidos
e negocia um acordo para poder aguardar o julgamento em prisão
domiciliar. A decisão sobre o destino do brasileiro seria tomada nesta
semana. Mas deve ficar para o período entre os dias 22 e 24 deste mês
por causa da presença na Suíça da procuradora-geral dos EUA, Loretta
Lynch. A defesa dos acusados alertou que uma decisão de extradição aos
Estados Unidos com a representante norte-americana em Zurique daria uma
sinalização de que Washington estaria ditando o ritmo do processo. Marin
e outros cartolas foram detidos no dia 27 de maio na cidade suíça e a
pedido da Justiça norte-americana. Segundo o inquérito dos
norte-americanos, o brasileiro teria pedido que parte da propina
relativa à Copa do Brasil fosse direcionado a ele, em uma conversa
gravada com o empresário José Hawilla. Ele também aparece quando uma das
empresas que comprou os direitos para a Copa América indica a
distribuição de propinas para os dirigentes sul-americanos. Um dos
cenários que está sendo planejado por sua defesa é a transferência aos
Estados Unidos. O brasileiro tem um apartamento em Nova York e negocia
uma fiança milionária que o permitisse ficar em prisão domiciliar
enquanto o julgamento ocorre. Um dos impasses na negociação, porém, é o
valor da fiança. Apesar de ter recebido uma oferta de "milhões", a
Justiça norte-americana ainda não aceitou o montante e insiste que
precisa de "mais garantias financeiras". Segundo fontes do Departamento
de Justiça, o que foi descartado por enquanto é uma delação premiada. Se
inicialmente o FBI insistiu em conseguir de Marin uma colaboração, a
proposta foi retirada da mesa
Nenhum comentário:
Postar um comentário