Foto: Divulgação
Após gerar repercussão nas redes sociais, os integrantes do espetáculo
"Macaquinhos" defendem que explorar o roíficio anal é uma forma de
criticar a imponência do hemisfério norte sobre o hemisfério sul. Em
entrevista à Tribuna do Ceará, eles contaram que o espetáculo nasceu em
2011, inspirado no livro "O povo brasileiro", de Darcy Ribeiro,
"assumindo a pluralidade do ser brasileiro e trazendo a metáfora do
hemisfério sul, representados pelos povos misturados de negro, índios e
europeus, no corpo. Questionando a imponência do norte sobre o sul e a
ficção criada do entendimento de que o que está em cima é mais
importante do que está embaixo, paramos para olhar para o cu, aprender a
ir para o cu e aprender com o cu", explicam.
Desde a estreia em 2011 foram apenas quatro apresentações no Museu do
Piauí, na Galeria Vermelho, no 22º Festival Mix Brasil de Cultura e na
Diversidade no CCSP. Nesses quatro anos de peça, é de se esperar que a
recepção do público fosse mais positiva, no entanto, não é isso que se
observa nas redes sociais, onde as pessoas costumas ridicularizar o
trabalho e desvalorizá-lo enquanto arte. "Sabemos que o nu e o próprio
corpo humano, de um modo geral, sofrem o estigma de serem tabus nessa
sociedade que produzimos juntos. Como o Macaquinhos aborda uma parte
subestimada do corpo humano e, para isso, lida necessariamente com o
nudismo, é de se esperar reações de cunho mais conservador. Existe ainda
um fator importante a salientar: o fato da maioria das pessoas que
comentam o trabalho terem acesso somente a fotos e vídeos editados, e
não à apresentação ao vivo e na íntegra, que é o Macaquinhos em sua
totalidade. A parcialidade desses recortes determina toda uma sorte de
opiniões", defendem.
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