quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Tio diz que paulada na cabeça causou morte de criança no Rio

Marcelo Arcanjo, tio da menina Micaela, de 4 anos, encontrada morta na terça-feira (19) em Brás de Pina, Subúrbio do Rio, se disse chocado com a morte da sobrinha e revelou que uma paulada na cabeça foi a causa da morte da criança.
De acordo com Marcelo, Micaela teria pegado um iogurte na geladeira sem a permissão da madrasta, Joelma Souza Silva, e como castigo teria levado uma paulada na cabeça. "Após a agressão, a madrasta deu um banho em Micaela e a colocou para dormir", contou o tio, indignado.
Micaela foi encontrada morta, em casa, com marcas de espancamento. O pai e a madrasta foram indiciados por homicídio e fraude processual, já que teriam alterado a cena do crime.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML), obtido com exclusividade pela GloboNews, mostra que a criança tinha feridas e escoriações no rosto, no pescoço e nas pernas. A causa da morte, no entanto, ainda depende de exames laboratoriais já solicitados.

Laudo do IML revela que menina tinha marcas de agressões pelo corpo (Foto: Reprodução)Laudo do IML revela que menina tinha marcas de agressões pelo corpo (Foto: Reprodução)
Arcanjo também afirmou que a mãe da criança, Marcele de Almeida, não tinha condições de criá-la, mas sempre foi uma boa mãe. "Ela está sem chão com o que aconteceu. Estavam dizendo que Marcele era usuária de drogas e que não ligava para a filha, mas isso é mentira. Ela sempre passou dificuldades na vida, inclusive precisou morar na minha casa por cerca de um ano. Um pouco antes do Natal a Marceli tentou ver a filha, mas o pai não deixou, alegando que não tinha tempo para recebê-la porque estava trabalhando muito. Provavelmente ele deu essa resposta porque a criança já não estava bem", contou o tio.
Vizinho da família postou foto de Micaela (Foto: Reprodução / Facebook)Vizinho da família postou foto de Micaela
(Foto: Reprodução / Facebook)
Marcelo ainda revelou ao G1 que Joelma era tão agressiva que tinha passagem pela polícia e inclusive batia no marido, Felipe Ramos, pai de Micaela. "Até o Felipe apanhava da mulher. Todo mundo sabia disso, vários amigos dele me contaram. Ele era muito trabalhador, mas não tinha pulso firme com a mulher", completou.
Problemas no cemitério
Na manhã desta quinta-feira (21), a família da criança enfrentou dificuldade para conseguir marcar o enterro, no Cemitério de Irajá, também no subúrbio. Segundo Marcelo, o cemitério alegou que não tinha horário disponível. Entretanto, após muita discussão, o cemitério de Irajá autorizou o sepultamento para esta quinta.

"Não queriam liberar o enterro da Micaela hoje porque não tinha vaga. Os funcionários disseram que só havia a possibilidade de enterrá-la na sexta ou no sábado", acrescentou.
Também nesta quinta, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária informou que o pai e a madrasta da criança foram encaminhados a presídios após terem a prisão preventiva decretada.
De acordo com a Secretaria, Joelma Souza Silva encontra-se na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza e Felipe Ramos na Cadeia Pública José Frederico Marques. Ambas no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.

'Ele não sabia das agressões'
O advogado de Felipe, Rafael Fariaafirmou que não teve acesso integral ao depoimento de Felipe, mas diz que seu cliente não sabia das agressões da madrasta à sua filha:

"Ele trabalhava o dia inteiro fazendo pequenos enregas, e confiava na guarda da madrasta, para qeu confiasse na filha dele. Ele não sabia, não fazia ideia", afirmou o advogado.Segundo Rafael, Felipe afirma que a madrasta de Micaela foi a responsável pela morte da criança. "Ele está sofrendo muito com a morte da filha, e vamos lutar para que ele responda em liberdade", garante.

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