A luta contra o mosquito exige muita dedicação. E não basta conferir vasos e ralos dentro de casa. A escada também virou um acessório indispensável. Quem sobe ainda mais alto consegue enxergar o perigo que vai além dos quintais.
De longe não dá pra ver, mas quando a gente se aproxima, o perigo que mora no alto, dá pra ver a calha cheia de água. No quintal de um prédio, tudo certo. Mas é só subir na escada para perceber que o perigo é invisível para quem está embaixo. O zelador Orlando Pinheiro se apressou para retirar o que poderia ser um foco do mosquito Aedes aegypti. “Choveu, parou, tem que tirar”, alerta.
O ideal é que as calhas tenham uma leve inclinação, como a da casa de Gerson Tedesco, para diminuir o risco de a água ficar parada. “Ela tem uma ‘caída’ de 12 graus, feita por um profissional. Constantemente a gente faz a manutenção dela”, afirma o operador de máquinas.
E não adianta só você cuidar da sua casa. A colaboração tem que ser de todos. A dona de uma casa tem muito medo do Aedes aegypti e guarda tudo o que pode acumular água em uma parte coberta de sua casa. O que fica do lado de fora, fica de cabeça para baixo. Ela até evita ter vasos na parte externa, porque quer o mosquito longe.
Mas como está a situação no prédio? Ao subir os seus 17 andares, é possível ver como o descuido de alguns pode prejudicar um monte de gente que mora em volta.
O pior é que esta falta de cuidado acaba ficando invisível para quem está embaixo. Uma observação do alto revela que muitos moradores não se preocupam com o Aedes aegypti.
Tapar a caixa d’água com plástico não adianta. A água fica acumulada e quem vive ao lado nem imagina o perigo. Será que o dono da casa sabe que a caixa está nessa situação? E os moradores do prédio? Será que já notaram que a água fica acumulada na estrutura de concreto?
A laje também pode se transformar em um foco do mosquito. Caixa d’água destampada tem aos montes. A água só está “esperando” o mosquito pousar.
Do alto, a gente fica se perguntando: por que será que um morador cultiva vasos em cima do telhado? Assim não dá para saber se a água fica parada. E ainda tem mais: um “cemitério” de garrafa pet. Quem passa pela rua em frente nem imagina o que existe atrás do muro.
Sueli Rodrigues, que gosta de cuidar do quintal, não imaginava que perto de sua casa tinha tanta coisa errada: “É triste porque, se todo mundo colaborasse, não tem dengue, não tem zika. Muitas doenças vão acabar.".
Em 2015, Sorocaba (SP) teve quase 53 mil casos de dengue e 37 mortes. Olhar a cidade do alto é ver como o descuido de apenas um morador pode colocar em risco a vida de muita gente.
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