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A Polícia Federal interceptou uma chamada telefônica no dia seguinte à eleição de Marcelo Crivella (PRB) à prefeitura do Rio de Janeiro, indica que o ex-governador Anthony Garotinho (PR) tinha expectativa de que sua filha, a deputada federal Clarissa Garotinho (PRB-RJ), fosse nomeada para o governo. Segundo informações do jornal O Globo, o ex-governador menciona um acordo com Crivella para que Clarissa ficasse à frente do Desenvolvimento Social – interlocutores do prefeito eleito afirmam que ela terá um cargo, mas ficará à frente da Secretaria de Trabalho. Na conversa, Garotinho cita a Secretaria de Desenvolvimento Social como “operacional” para seu grupo político. “Clarissa vai ser secretária, provavelmente, o Crivella vai convidar ela (sic), de Ação Social (Desenvolvimento Social) no Rio, pra montar nossa base. Será que não era melhor para você (Cleiton), ao invés de cuidar de política, pegar uma secretaria operacional, tipo essa assim, Ação Social?”, argumenta Garotinho, em conversa com Cleiton de Souza, assessor parlamentar do prefeito eleito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PR). De acordo com O Globo, a gravação foi feita no dia 31 de outubro, com autorização da Justiça, e foi anexada ao processo da Operação Chequinho, na qual Garotinho foi preso no dia 17 de novembro. “Minha preocupação, por exemplo, é que, porra, vamos lá que o Crivella cumpra (o acordo) e dê a Secretaria de Ação Social (para Clarissa)”, diz. “Vai dar, vai dar, vai dar”, responde Cleiton. “Vai dar, né? Ele vai dar?”, continua Garotinho. “Ah, acho que vai, claro”, devolve Cleiton. “Então, aí Clarissa pode montar um programaço, aproveitar aquele povo todo nosso na Zona Oeste, nosso colegas nas comunidades que estão tudo (sic) aí entregues às baratas, sofrendo e tal”, afirma o ex-governador. Em outra conversa, ele trata da articulação para ser alçado ao Senado em 2018. “O Valdemar [Costa Neto, ex-deputado do PR] já devia ter me ligado. Ele não me deu um telefonema até agora. Então o que eu acho? Os prefeitos eleitos, porque qual era o papo que estava rodando? “Porra, perdemos tudo, perdemos São Gonçalo, perdemos Campos". Nós crescemos no estado, fizemos mais vereador, fizemos mais... Se você somar São João de Meriti com Nova Iguaçu, é maior que São Gonçalo”, cita ele a Cleiton. Presidente estadual do PR, Garotinho articulava a permanência no cargo para fortalecer a disputa pela vaga ao Congresso nas próximas eleições. Segundo O Globo, ele avaliava que a presença de Clarissa seria um argumento para ilustrar um legado deixado nas eleições municipais realizadas este ano. Procurada por O Globo, Clarissa afirmou que foi sondada e que não via problemas em ocupar uma posição na gestão de Crivella. “Eu o apoiei [a Crivella]. Fui responsável por mais que dobrar o tempo de televisão. Se ele me convidar, não haverá nada de estranho. A campanha inteira, ele [Crivella] disse que comigo ele tinha uma excelente relação”.
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