Foto: Reprodução / TV Globo
A compra de debêntures da Eldorado Celulose pelo fundo de investimento do FGTS teve a colaboração do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e do ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, apontado como homem de confiança do deputado cassado Eduardo Cunha, segundo depoimento do empresário Alexandre Margotto. Na delação, divulgada neste domingo (20) pelo programa Fantástico, da TV Globo, Margotto detalha o esquema de corrupção da Caixa. "O Lúcio (Funaro) me comentou que ia cobrar 3%. E que ele ia repassar", afirmou o empresário. À época, o peemedebista era vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa. Margotto contou que Funaro, apontado como operador de Cunha no esquema, tinha grande influência sobre Geddel na Caixa. "Não faço ideia. Quando eu cheguei no escritório já tinham esse relacionamento. Segundo o Lúcio, ele mandava no Geddel", afirmou Margotto. Ele apontou ainda que, para Funaro, Geddel era mais eficiente para o funcionamento do esquema do que Cleto, com quem brigara e chegou a ameaçar de morte. "Somente o que Lúcio me comentava, que ganhava mais dinheiro com o Geddel do que com o próprio Fábio", disse o empresário. O suposto envolvimento do ex-ministro com o esquema veio à tona em janeiro, durante a operação “Cui Bono?”, que cumpriu mandados de busca e apreensão em ao menos dois imóveis de Geddel em Salvador. Margotto também relatou como era feita a divisão da propina – 20% eram distribuídos entre ele, Fábio Cleto e o Lúcio Funaro, enquanto os 80% [restantes] ficariam com Eduardo Cunha, Henrique Alves e aliados. Segundo o empresário, Cunha receberia 70% e "distribuiria para os outros políticos, como Geddel também".
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