quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Moisés critica executiva do PT e questiona orientação: ‘Só se reuniu depois do acordo?’

Moisés critica executiva do PT e questiona orientação: ‘Só se reuniu depois do acordo?’
O vereador Moisés Rocha (PT) criticou a postura do diretório municipal do PT diante da tramitação na Câmara do projeto que altera o Valor Unitário Padrão (VUP) do IPTU de Salvador. Em entrevista ao Bahia Notícias, ele questionou a demora do partido em se reunir para tomar uma decisão em torno da matéria, que foi aprovada pelos vereadores na última terça-feira (19). No dia 18 deste mês, a executiva municipal do PT divulgou uma resolução política orientando que seus representantes na Câmara votassem contra a proposta (veja mais), que foi encaminhada pela prefeitura no dia 13 de novembro. No entanto, Moisés Rocha votou a favor do texto, enquanto Marta Rodrigues (PT) e Luiz Carlos Suíca (PT) seguiram a orientação da sigla. "A votação do projeto de atualização da VUP tinha votação marcada um mês antes. Depois foi adiada para 15 dias depois. Depois foi adiada para uma semana depois. E durante esse período todo, onde estava a executiva do PT que não se reuniu? Só se reuniu depois do acordo?", contestou Moisés ao Bahia Notícias. O acordo ao qual o vereador se refere foi fechado no dia 13 deste mês, quando a Câmara tentou votar o projeto de lei. Moisés se comprometeu a votar a favor da atualização do VUP do IPTU depois que a prefeitura aceitou uma emenda que concede benefícios fiscais para os clubes sociais de Salvador (veja mais). Ainda no dia em que o projeto foi aprovado, Moisés dizia não ter sido notificado sobre a resolução política do PT. Marta Rodrigues, por sua vez alega ter sido avisada sobre a decisão no dia anterior à votação. "Levaram lá no gabinete", comentou a vereadora, que votou contra os novos valores do VUP. "A gente votar em uma matéria dessas é muito ruim. Nem precisava ter fechado questão o partido", disse. Por outro lado, Moisés alega que quando a resolução política foi divulgada, o partido já sabia da sua emenda e afirma que seu acordo em benefício dos clubes sociais deveria ter sido respeitado. "A vereadora Marta Rodrigues e o vereador Luiz Carlos Suíca, antes de qualquer resolução do PT, tinham feito um acordo comigo. A bancada de oposição fez um acordo comigo. Qualquer questionamento diferente disso é molecagem. Houve um acordo. A vereadora Marta Rodrigues deveria chegar na reunião da executiva e dizer: 'Eu me sinto impedida de fazer qualquer coisa aqui porque fiz um acordo com o vereador Moisés Rocha para beneficiar a emenda'", reclamou Moisés. Questionada sobre a situação do vereador dentro do partido após a votação na Câmara, Marta evitou ser direta. "Como eu não estou na direção...a direção deve estar chamando pra alguma reunião", tergiversou. O Bahia Notícias procurou o presidente municipal do PT, o ex-vereador Gilmar Santiago, mas ele não atendeu o contato para comentar o caso. Esta não foi a primeira vez que os vereadores do partido se colocaram em lados opostos este ano. Ainda no início de 2017, Moisés e Suíca enfrentaram um processo interno e correram risco de serem expulsos da legenda depois de não votarem em Marta na eleição para presidente da Câmara Municipal.

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