sexta-feira, 2 de março de 2018

Pega pelo braço: para conseguir CPI, oposição precisaria de ‘empurrão’ em Samuel Jr.


Pega pelo braço: para conseguir CPI, oposição precisaria de ‘empurrão’ em Samuel Jr.
Foto: Jefferson Peixoto/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
O presidente estadual do PSC, Eliel Santana, disse ao Bahia Notícias que não poderia “puxar pelo braço” o deputado estadual Samuel Jr. e força-lo a assinar o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar eventuais ilegalidades no contrato entre o governo e a Fonte Nova Participações, alvo da Operação Cartão Vermelho. Não é bem assim. Apesar da liberdade que parlamentares possuem para atuar, as legendas quando querem usam a ascendência de maneira bem direta para influenciar as ações dos seus integrantes. Um exemplo disso é o também deputado estadual Roberto Carlos (PDT). Durante as eleições para a presidência da Assembleia, em fevereiro de 2017, o parlamentar afirmou que “só Deus” tiraria o voto dele do então candidato à reeleição Marcelo Nilo. Pouco depois, o Deus rebatizado de Félix Mendonça Jr. enquadrou o pedetista e o colocou para marchar com Angelo Coronel (PSD), contrariando o ex-correligionário. Esse é um exemplo recente da própria Assembleia e serve apenas como lembrança de que os partidos políticos, quando lhes é interessante, conseguem demover até o que “Deus” diz. Talvez seja a falta desse empenho a impedir que a oposição na Assembleia consiga algum êxito nas tentativas de investigar o governo Rui Costa. Samuel Jr. é o clássico político: prometeu assinar o pedido de CPI e, em praticamente todas as oportunidades já disponíveis, desistiu de cravar o nome no papel. Segundo reclamações não públicas de integrantes da bancada, o deputado aproveita momentos como estes para barganhar demandas com o governo. Do ponto de vista eleitoral, é uma estratégia esperta. Permanece como oposição, seguindo uma orientação geral do partido, e aproveita de algumas benesses do governo. No entanto, levando em consideração o espírito de corpo esperado numa bancada, o deputado está longe de ser um membro valioso para a minoria. A cada tentativa frustrada de criar uma CPI, percebe-se claramente que um voto único de Samuel Jr. é capaz de destruir qualquer tentativa de armar um palco para que o governo sangre um pouco no parlamento estadual. E a oposição gasta tempo com projetos natimortos. Se falta boa vontade do deputado para ser membro efetivo da minoria, nem tudo estaria completamente perdido. Samuel Jr. pode não precisar que alguém o pegue pelo braço. Talvez precise apenas de um empurrãozinho. Este texto integra o comentário desta sexta-feira (2) para a

Nenhum comentário:

Postar um comentário