quarta-feira, 25 de julho de 2018

PF e CGU combatem desvios de verbas públicas no sudoeste baiano

A operação decorre de uma investigação, iniciada em 2017, sobre obras inacabadas na pavimentação com bloquete sextavado que deveriam ter sido executadas nas ruas do município de Maiquinique

A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União, deflagrou ontem a Operação Ciranda de Pedra, que visa combater crimes de desvio de recursos públicos destinados à área da infraestrutura, na cidade de Maiquinique (BA), nos anos de 2012 a 2017. As informações são da assessoria de imprensa da PF. A operação decorre de uma investigação, iniciada em 2017, sobre obras inacabadas na pavimentação com bloquete sextavado que deveriam ter sido executadas nas ruas do município de Maiquinique. Elas são decorrentes de seis procedimentos licitatórios celebrados na gestão local, quadriênio 2013-2016, em convênio com o Ministério das Cidades. As investigações detectaram o suposto envolvimento da ex-prefeita Maria Aparecida Lacerda Campos, conhecida como “Minininha”.
Além dos serviços não executados ou parcialmente executados, a investigação descobriu que um grupo de quatro empresas fazia revezamento nas licitações, e parte dos recursos era destinada a pagamentos de parentes e pessoas ligadas à Administração Municipal. Apurou-se, ainda, que algumas dessas empresas, vencedoras de licitações recorrentes, serviam apenas de “fachada” e eram compostas por sócios “laranjas”. A organização criminosa obteve contratos da ordem de R$3,5 milhões, dos quais quase R$ 1,6 está estimado como o valor potencial do desvio, com ordem de bloqueio judicial.
Cerca de 60 Policiais Federais, acompanhados de nove auditores da Controladoria Geral da União, cumpriram vinte mandados de busca e apreensão e catorze mandados de intimação nos municípios baianos de Maiquinique, Macarani, Itapetinga, Itamaraju, Teixeira de Freitas, Jequié, Mirante e Vitória da Conquista. Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e fraude à licitação. O título “Ciranda de Pedra” para a operação se refere a uma obra da escritora brasileira Lygia Fagundes Teles. A “ciranda” da escritora “é formada por pedras, simbolicamente representando a sua dureza, a desintegração, o fechamento entre seus participantes e a não aceitação de novos membros”.

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