terça-feira, 3 de julho de 2018

Rui diz não ter pressa para definir suplências


A alcunha de “Correria” nunca caiu tão bem no governador Rui Costa como ontem, no cortejo do Dois de Julho. Acompanhado por seus apoiadores, o petista chegou ao local da concentração, no Largo da Lapinha, após as 7h30, e ao Terreiro de Jesus antes das 9h30. Neste ano, o evento começou e terminou mais cedo, por conta da partida Brasil x México às 11h. Nas poucas ocasiões em que falou com a imprensa, Rui destacou a importância da data para a Bahia e para o Brasil, mencionou o ano eleitoral e lembrou a situação do ex-presidente Lula, preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. “Aqui [na Bahia] se materializou a independência do Brasil, e essa paixão carrega os baianos. Num dia em que temos jogo do Brasil na Copa do Mundo, as ruas já estão lotadas desde cedo, com o povo querendo participar do cortejo. É um orgulho que está no sangue do povo da Bahia”, afirmou o petista.
Questionado sobre a definição das suplências ao Senado em sua chapa majoritária, Rui desconversou e disse não ter pressa para chegar a uma conclusão. “Dois de julho é história da Bahia, sentimento de independência, sentimento de justiça social, de busca por liberdade, melhores dias para o povo”, acrescentou. O chefe do Executivo estadual disse ainda que se encontrou com o presidenciável Ciro Gomes (PDT) durante o cortejo. Segundo ele, não há conversa agendada com o ex-ministro, mas não descartou que isso aconteça. “Não tem nada marcado, mas se tiver a possibilidade não tem nenhum problema, converso sim. Conversar é sempre bom”, declarou. O pedetista antecipou o trajeto porque está com o pé machucado.
Quem também passou pelo evento foi o ex-governador e pré-candidato ao Senado, Jaques Wagner (PT). Em entrevista à imprensa, ele criticou o flerte de Ciro com o Democratas. “A aproximação de Ciro com o DEM eu acho estranha. A cara de Ciro é de centro-esquerda, eu acho que ele perde muito, mas eu não posso opinar, essa é uma decisão dele e não minha”, disse. Nas últimas semanas, tem sido noticiado que o presidenciável mantém conversas com a cúpula democrata, em especial com o prefeito ACM Neto, na tentativa de formar uma aliança para a disputa presidencial já no primeiro turno. Para Wagner, o cenário eleitoral nacional, até o momento indefinido, está uma “doideira”. “Estamos a três meses da eleição e ninguém sabe quem são os candidatos. Essa doideira é consequência da interferência, da judicialização do sistema político. Estamos vivendo uma quebra da Constituição, porque ela pede a harmonia e o poder político é um dos poderes, e está tudo trocado”, completou.
“Nunca uma suplência teve tanta disputa”, diz Pinheiro
Senador licenciado e atual secretário da Educação do estado, Walter Pinheiro (sem partido) minimizou o conflito que estremeceu a base do governador Rui Costa (PT) por conta das candidaturas ao Senado. O ex-governador Jaques Wagner (PT) e o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Angelo Coronel (PSD), ficaram com as duas vagas, deixando de fora a senadora Lídice da Mata (PSB). Para Pinheiro, a disputa é natural e legítima, inclusive para as suplências – o grande impasse do momento. “A legitimidade de Lídice vinha de um histórico e do próprio momento, agora a outra parte tinha uma legitimidade construída a partir das urnas. O PSD conquistou um espaço a partir do que construiu nos últimos anos. Óbvio que em uma composição todo mundo vai querer seu espaço. Nunca uma suplência teve tanta disputa. Vai ser uma eleição dura como qualquer outra”, garantiu, na manhã de ontem, durante o festejo do Dois de Julho.
Questionado sobre seu futuro político e as especulações de que é cotado para disputar a prefeitura de Salvador em 2020, Pinheiro disse que ainda não decidiu, e que antecipar movimentações nunca é positivo na política. “A única coisa que eu conheço que é feito de véspera é peru e ele morre no dia seguinte, então não está na pauta 2020”, brincou.

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