segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Opinião: A Lava Jato será derrotada nas urnas?

A Lava Jato é a maior operação de combate a corrupção da história do Brasil, país reconhecido internacionalmente como um dos mais corruptos do mundo e onde a impunidade dos poderosos era visto como regra.  A operação ganhou o nome de Lava Jato porque na sua primeira fase, ainda em 2014, a polícia federal foi realizar busca e apreensão num escritório utilizado para lavar dinheiro que ficava localizado em posto de gasolina. O escritório em questão pertencia ao doleiro Alberto Youssef e o posto de gasolina a Carlos Habbib Chadler (ambos já condenados).  Após 4 anos de operação, a Lava Jato encontra-se na sua 52° fase. Durante esse período, já foram realizados 962 mandados de busca e apreensão, 227 mandados de condução coercitiva, 115 mandados de prisões preventivas, 6 prisões em flagrantes, 211 condenações contra 139 pessoas, R$ 3.2 bilhões de bens bloqueados e mais de R$ 15 bilhões ressarcidos aos cofres públicos, sendo que esse número ainda deve aumentar bastante. Porém, mesmo com todos esses números expressivos, a Lava Jato pode não surtir o efeito esperado, ao menos na visão do juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dellagnol.
Segundo o juiz Sergio Moro, “o sucesso da Lava Jato depende da reação da sociedade”. Uma das formas de medir a reação da sociedade será nas eleições que se aproximam. Contudo, ao que parece, a população não vai responder da forma que esperavam os integrantes da operação. As pesquisas de intenção de voto indicam que muitos dos políticos envolvidos na Lava Jato deverão ser reeleitos. Segundo os números divulgados, ao menos 6 senadores envolvidos em processos na operação estão liderando as intenções de votos em seus respectivos estados. O mesmo vale para os deputados, cerca de 91% dos deputados federais, que são alvos de inquéritos e ações penais na Lava Jato, deverão concorrer às eleições com grandes chances de vitória. Para o procurador Deltan Dellagnol , “Se nós mantivermos as mesmas lideranças corruptas no Congresso Nacional, uma coisa é certa: essas lideranças vão trabalhar depois das eleições para minar as bases da operação, para destruir os instrumentos que levaram a investigação e punição de alguns dos responsáveis por toda essa corrupção e assim por diante”, explicou o procurador. No próximo dia 7 de outubro, dia da eleição, iremos descobrir a resposta da população para um dos maiores males do país: a corrupção sistêmica.

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