Os cigarros ilegais – contrabandeados do Paraguai – atingiram em 2018 um patamar alarmante. Segundo levantamento do Ibope, cerca de 62% de todos os cigarros, que circulam na Bahia, queimaram R$ 166 milhões em ICMS dos cofres públicos do estado”. A informação é do presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), Edson Vismona que garante: “O mercado ilegal funciona, de forma concentrada, em 10 municípios, a saber: Salvador, Juazeiro, Camaçari, Feira de Santana, Paulo Afonso, Vitória da Conquista, Barreiras, Lauro de Freitas, Teixeira de Freitas e Alagoinhas”. Ao seu modo de ver, quem mais sofre com este sério problema é a população. “O erário baiano viu sendo queimados R$ 166 milhões do ICMS. Dinheiro este que poderia ser utilizado para construção de creches, escolas e postos de saúde, entre outros equipamentos públicos. Daí, que é preciso desenvolver ações estratégicas organizadas, incluindo o fisco estadual e outras entidades para combater este fenômeno nacional. É inaceitável a sonegação brutal, que vem ocorrendo. O problema é sério e assim deve ser encarado por todos”, lamenta.
A pesquisa do Ibope indica que, pela primeira vez, desde 2011, a evasão de impostos no país que deixam de ser recolhidos em função do mercado ilegal de cigarros (R$ 11,5 bilhões) será maior do que a arrecadação (R$ 11,4 bilhões). O presidente ETCO revela, que o valor que deixa de ser arrecadado é 1,6 vez superior ao orçamento da Polícia Federal para o ano, e poderia ser revertido para a construção de 121 mil casas populares ou 6 mil creches. “De 2015 a 2018, o mercado ilegal de cigarro atingiu 2,2 bilhões de unidades e movimentou aproximadamente R$ 353 milhões. Trata-se de um mercado dominado por quadrilhas de criminosos que através do contrabando de cigarros financia outros crimes como o tráfico de drogas, armas e munições”, destaca. Atualmente, as duas marcas mais vendidas no país são contrabandeadas do Paraguai: Eight, campeã de vendas com 15% de participação de mercado, e Gift, com 12%. Outras duas marcas fabricadas no país vizinho compõe a lista dos 10 cigarros mais vendidos: Classic e San Marino (ambas com 3% de mercado).
Texto: Lício Ferreira, trbn.com.br
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