quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Novas regras para 1ª habilitação: CNH pode ficar R$ 300 mais barata na Bahia


Simulador se tornou obrigatório na Bahia em dezembro de 2015; agora, ele será facultativo em todo o Brasil
(Foto: Almiro Lopes/CORREIO)



Os alunos dos 380 Centros de Formação de Condutores (CFCs) de toda a Bahia que comprarem os seus laudos para a 1ª carteira de habilitação vão pagar menos. É que, desde esta quarta-feira (31), já está valendo a revogação da obrigatoriedade do uso do simulador de direção em todo o estado. A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado. Na prática, os futuros motoristas não terão mais que fazer cinco aulas obrigatórias no aparelho - isso torna a CNH, em média, R$ 300 mais barata.
Quem comprou o laudo a partir de 31 de julho de 2019 fará 20 aulas práticas na rua, informou o Sindicato das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores da Bahia (Sindauto). Já os que pretendem adicionar a categoria B (carro) à carteira farão 15 aulas.
O simulador se tornou regra na Bahia em dezembro de 2015. O fim da obrigatoriedade, agora, pode reduzir os custos totais para tirar a carta em até 15%, estima o Sindauto. Se observada a média de novos habilitados até maio de 2019, mais de 33 mil baianos podem ser beneficiados. Só em Salvador, foram 13.266 novas CNHs no período.

Além dos custos das aulas, todas as atividades e documentos extras necessários para tirar a carta fazem com que o processo custe, em média, R$ 1,6 mil só na autoescola, aponta o sindicato da categoria (veja detalhes abaixo).

Alívio
O diretor-secretário do Sindauto, Rogério Santos, indica que a redução dos custos para tirar a 1ª habilitação é benéfica para os alunos e para as CFCs. O sindicato aponta que houve uma queda de mais de 22% nas matrículas para tirar a 1ª CNH no primeiro ano após a obrigatoriedade do simulador na Bahia.

“Os processos de CNH vêm sofrendo impacto com inclusões de coisas que não existiam, isso torna o processo mais caro. Com a mudança, tende a baratear. Nós somos a favor da redução no custo, entendendo que há a possibilidade do governo ajudar para reduzir a carga de custos para o CFCs”, apontou.

A obrigatoriedade dos simuladores foi revogada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em 13 de julho de 2019. O órgão deu um período de 90 dias para os estados aderirem à nova norma - todos as autoescolas brasileiras vão poder escolher se mantêm ou não o equipamento a partir de 13 de setembro. A Bahia se antecipou e publicou a resolução 18 dias depois.
No estado, algumas autoescolas já tinham conseguido, judicialmente, excluir o equipamento. Foi o caso da Dirija Bem, na Barra, em 2018. As que usam, segundo o Sindauto, não compraram o aparelho, que chega a custar R$ 45 mil. Elas fazem um sistema de empréstimo com a ProSimulador, em que a empresa recebe pelas aulas feitas. Ainda assim, o uso chegava a custar até R$ 8 mil por mês às autoescolas.
De acordo com diretor da Dirija Bem, Ricardo Araújo, o gasto ainda aumentava por conta do simulador: energia, internet, locação de espaço e o salário do instrutor, que tinha que acompanhar a aula, somavam até R$ 5 mil mensais na Dirija Bem - valor que era repassado para os alunos.

Ricardo Araújo, diretor da Autoescola Dirija Bem: dinheiro gasto com aluguel de simulador, em um ano, dava para comprar dois carros
(Foto: Marina Silva/CORREIO)



Fonte: Correio 24 horas


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