terça-feira, 12 de maio de 2020

Secretário critica MEC sobre manutenção do ENEM: 'Decisão autoritária e equivocada'

João Oliveira Wenceslau Guimarães-BA

(Foto: Divulgação / SEC)



O secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, além de criticar o Ministério da Educação (MEC) pela decisão de manter a realização do Exame Nacional do Ensino Médio em um ano marcado pela pandemia do coronavírus, oficiou o órgão federal solicitando o adiamento da prova para 2021. Para Jerônimo, a manutenção da prova é uma “decisão autoritária e equivocada.  

“Realizar o ENEM em ano de pandemia é um erro grave do MEC. É desconsiderar a realidade social da maioria dos estudantes. A SEC está disponibilizando conteúdos, mas a situação é mais difícil para aqueles que moram em áreas remotas, na zona rural, nos quilombos, nos distritos e até mesmo nas periferias dos municípios, por não terem acesso à internet”, ponderou Jerônimo Rodrigues.

Para o secretário, as condições de acesso ao Ensino Superior devem ser asseguradas para todos e que a realização do ENEM, neste contexto, exclui ainda mais os menos favorecidos. “Adotaremos todas as medidas necessárias para tentar adiar a realização do ENEM. Já conversamos com o CONSED (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e com o próprio INEP sobre o adiamento. Entretanto, as inscrições já estão abertas. A nossa obrigação é assegurar que os estudantes baianos estejam inscritos, enquanto tentamos mudar essa decisão”, ressaltou Rodrigues ao orientar as escolas a abrirem para o apoio aos estudantes que não têm acesso a computadores e à internet para que façam suas inscrições. 

A Secretaria da Educação do Estado da Bahia elaborou orientações sanitárias e de logística para as escolas atenderem aos estudantes. O documento está disponível no Portal da Educação (www.educacao.ba.gov.br) e também está sendo enviado para todas os Núcleos Territoriais de Educação (NTE) e os gestores escolares. 

Segundo Jerônimo Rodrigues, 138 mil estudantes da rede estadual de ensino na Bahia devem fazer o ENEM e destacou como fundamental a parceria com as prefeituras, os secretários municipais de Educação, o movimento estudantil e a imprensa para garantir que um maior número de estudantes faça a inscrição para o exame.

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