João Oliveira Wenceslau Guimarães-BA
(Foto: Reprodução/Unica)
Os meses de abril e maio no Brasil foram integralmente marcados pelas medidas de isolamento e restrição de funcionamento de atividades não essenciais, assim como a adoção de atividades remotas na Câmara dos Deputados. No entanto, no mesmo período, os 39 deputados federais baianos solicitaram juntos um reembolso de R$ 69.079,92, relacionado a custos com combustível. Os dados são do portal da Transparência da Câmara dos Deputados.
As despesas de “combustíveis e lubrificantes” são alguns dos insumos que podem ser custeados por meio da cota parlamentar. O reembolso mensal é de, no máximo, R$ 6 mil. Os deputados têm até 90 dias para apresentar a documentação comprobatória do gasto. O saldo não utilizado acumula-se ao longo do exercício financeiro, vedada a acumulação de um exercício financeiro para o seguinte.
Dentre os baianos, Cláudio Cajado (PP) acumulou o máximo de R$ 12 mil reais no período. O valor reembolsado ao parlamentar, inclusive, ocupa a faixa máxima desde o mês de janeiro deste ano. Logo, em 2020, Cajado já obteve reembolso de R$ 30 mil.
Considerando apenas o mês de abril, também recebeu reembolso máximo de R$ 6 mil reais o deputado João Carlos Bacelar (PL). Ao Bahia Notícias, Bacelar afirmou que, apesar da pandemia, “tem trabalhado como nunca”. “Nessa pandemia eu tenho viajado mais do que nunca. Só em Brasília eu vim seis vezes, sem voo. Final de semana comecei a rodar para o interior e agora com mais ênfase. Não estou parado, não. Sou o deputado da Bahia que mais ando, para Brasília e para os meus municípios”, informou.
No mês de maio, o reembolso pedido pelo parlamentar sofreu uma redução em relação a abril, finalizando em R$ 2.950.
A lista de deputados com reembolso mensal acima de R$ 4 mil reais inclui ainda Pastor Sargento Isidório (Avante); Jorge Solla (PT); Raimundo Costa (PL) e Waldenor Pereira (PT).
Pré-candidato a prefeito de Salvador, o deputado federal Pastor Sargento Isidório disse que “o coronavírus ampliou seu trabalho”. Segundo ele, tem circulado bairros da capital baiana e da região metropolitana fazendo o trabalho de “educação” com a população.
“Eu continuo atendendo pessoas aqui [Fundação Dr. Jesus] o tempo todo. Carro meu vira aqui é ambulância. Eu não parei hora nenhuma. Eu estou andando Salvador, região metropolitana... Eu, minha assessoria, a gente não para. Distribuindo máscaras, orientado as pessoas. Eu brinco que se pudesse gastar R$ 50 mil eu gastava. Gastei os R$ 5 mil, mas não parei em um só minuto”. Já no mês de maio, a solicitação de reembolso do deputado até o momento foi de apenas R$ 50.
O deputado Waldenor Pereira justificou que o total de R$4.835,07 foi o acumulado do consumo de combustível do mês anterior, resultado das viagens dele e dos assessores em serviço no mandato.
"A nossa atuação parlamentar se concentra em mais de 60 municípios baianos das regiões Sudoeste, Serra Geral, Chapada Diamantina, Médio São Francisco e Bacia do Paramirim, portanto, uma extensa área do estado. Todos os nossos gastos estão e sempre estiveram perfeitamente em concordância com as nossas atividades e devidamente contabilizados”, disse Waldenor por meio de nota.
O BN tentou fazer contato com o deputado Cláudio Cajado por telefone, mas não obteve êxito.
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