Foto: Diretor do Estadão, Fernão Lara Mesquita
Nesta terça-feira, 16, o jornalista e diretor do Estadão, Fernão Lara Mesquita, publicou um artigo onde critica fortemente as últimas ações do Supremo Tribunal Federal (STF).
Intitulado “Será que vai ter golpe?”, o texto de Mesquita traz a seguinte frase no subtítulo:
“Sem o referendo do povo uma Constituição não passa de mais uma ‘verdade revelada’.”
Confira:
Segundo o jornalista, “todo mundo tem o direito de desejar o fechamento do Congresso, do Supremo e do que mais quiser e de expressar esse desejo”. Para Mesquita, o proibido é agir para isso com o uso de força.
“O que está totalmente fora do alcance do portador de cartazes em manifestações ou de quem bate palmas para eles”, diz o artigo do diretor do Estadão.
E prossegue:
“O STF agir contra essas pessoas, isso sim, está expressamente proibido por lei. Quando é o STF que viola a lei tem-se, de saída, uma afronta institucionalizada contra o estado de direito. Mas quando ele passa a agir sem provocação o estado de direito é literalmente aniquilado. Quando passa por cima das condições dentro das quais é lícito acionar contra alguém a arma mais forte do sistema nenhum outro direito do cidadão permanece em pé.”
Segundo Fernão Mesquita, a ‘censura’ começou através do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, depois que o mesmo atacou a liberdade de expressão de uma revista que havia escancarado seus “podres”.
“Subverteu, com isso, todas as condições dentro das quais a arma do STF pode ser acionada. E fez jurisprudência. Desde então cada ministro “ofendido” por um “pecador em palavras” está autorizado a agir para “fazer justiça” com as próprias mãos sucessivamente como polícia, como promotor e como juiz da própria causa”, afirmou.
O jornalista disse ainda que não é preciso lei nem figura do Código Penal que defina a ofensa, nem denúncia pelo Ministério Público, nem endereçamento ao tribunal definido pela lei, nem sorteio de juiz, nem indiciamento, nem defesa para os acusados.
“De que outra ditadura têm medo, então, os nossos alarmados defensores do “estado democrático de direito”?, indagou, aparentemente indignado.
Na contra-mão dos veículos de imprensa da grande mídia, Fernão Mesquita faz a leitura perfeita desses tempos sombrios..
Que sirva de exemplo, aos demais, que em um futuro próximo, certamente também sofrerão com a terrível “censura”.
Fonte: Estadão
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