sexta-feira, 12 de junho de 2020

Feira de Santana: Recuperado, ex-prefeito Tarcízio Pimenta fala sobre luta contra Covid-19

João Oliveira Wenceslau Guimarães-BA

(Foto: Mateus Pereira/Secom)


Após confirmar que se recuperou do novo coronavírus, nesta quarta-feira (10), o ex-prefeito de Feira de Santana, Tarcízio Pimenta, contou detalhes da luta contra a doença. “Realmente venci a Covid-19, venci com fé, com persistência, pelas orações das pessoas, as pessoas daqui de Feira oram muito, rendem Graças, tive muitas mensagens positivas, tive o apoio da minha família, apoio dos meus amigos de quem esteve naquele momento, mas foi importante porque eu coloco sempre a fé que tive em Deus, nunca desisti da cura, nem na fase mais difícil da doença. Estou sarado, estou curado, Deus me deu a graça”, disse ele, em entrevista ao site Acorda Cidade.

O ex-prefeito, que é médico, contou que no dia 25 de maio trabalhou normalmente na linha de frente, cuidando de pacientes da Covid-19 e no dia seguinte sentiu os primeiros sintomas. Ao perceber que estava com o corpo quente, fez um teste rápido, que deu negativo. Um dia depois ele resolveu fazer outro teste e se afastar do trabalho. “Fiz o exame e começou a minha penitência. O resultado saiu com três dias, de lá para cá, eu já tinha comunicado minha família, alguns amigos, já tinha conversado com alguns colegas e no sábado, por volta de 22h, recebi o resultado confirmando a Covid-19. De início o sintoma foi a febre, depois perdi o paladar, o olfato, dores musculares, o que menos tive foi a febre, depois desse pico de febre, nunca mais eu tive, porque eu passei a ter o instrumento do termômetro na minha mão”, relatou.

Tarcízio conta que fez o isolamento e seguiu os protocolos, com o apoio e assistência de colegas médicos e da própria esposa, que é enfermeira. “Eu tive esse recurso e cheguei a pedi a minha família que não me levasse para um hospital, iriam ficar preocupados com isso, minha mulher que é enfermeira cuidou de tudo junto com meus filhos e eu tentava tirar a preocupação deles, mas o momento não foi fácil. Foi então, quando fui a um laboratório em Salvador, não consegui acessar o elevador, tive que ficar aguardando para ver qual seria minha reação. Quando voltei para o laboratório, comecei a sentir aquela angústia respiratória e muita taquicardia, foi quando tomei a decisão de ir para o hospital. Liguei para um amigo infectologista que orientou que eu fosse. Mas eu orei, aguardei e fui melhorando. Fiquei uns 40 a 60 minutos parado sozinho, fui me recuperando, subi e consegui ver como estava meu oxigênio. Então tomei a decisão de continuar em casa fazendo todo o protocolo e falando com os médicos a todo momento”, lembrou, o político, que chegou a achar que teria que ser hospitalizado.

“Não fique em casa sem assistência, porque você pode morrer, eu estive a beira de uma internação, tive o aparelho na minha frente, ouvi o som do aparelho que a gente coloca no coração para ouvir, sei o que é entubar, então é importante a prevenção. Não fique ouvindo sobre remédio A, B, ou C, não siga cabeça de muitos políticos que querem apenas tumultuar o internamento ou querem sair distribuindo remédio, querendo medicar as pessoas sem saber o que está fazendo. Tomem muito líquido, procurem dormir pelo menos oito horas por dia, se gostar de chá, tome muito chá, tudo isso faz bem”, alertou Tarcízio, destacando a importância de seguir os protocolos médicos e científicos.

Ele contou também ter usado a controversa hidroxicloroquina, destacando, no entanto, que a medida deve ser adotada somente com acompanhamento médico e salientando a necessidade de avaliar a indicação de paciente para paciente. “Inicialmente, usei azitromicina e depois usei a hidroxicloroquina. Eu não posso negar isso. Eu sei. Fiz todo o cenário para usar, porque eu até, x dias, melhorava, mas continuava sentindo sintomas que incomodavam. Continuava tendo falta de ar, tive apneia, taquicardia. Naquele momento que foi acertado essa opção, tomei a decisão de usar, usei e não me arrependi. A hidroxicloroquina não é ela só, ela tem que ser usada através de uma associação, com antibióticos e seguida de outras medicações”, explicou. “Antes de usar a cloroquina eu fiz o eletrocardiograma”, afirmou. “Então, tudo tem que ter um acompanhamento. Eu não aconselho a ninguém sair por aí comprando cloroquina porque não vai nem achar. Para eu achar, deu trabalho”, acrescentou, lembrando que também utilizou corticoide, de acordo com que lhe foi receitado pelos médicos.

O ex-prefeito contou ainda sobre o estigma sofrido por pacientes com o novo coronavírus. “Somos seres humanos. Eu sofri quando entrei para fazer uma tomografia e as pessoas nem sabiam que eu estava com Covid, mas estava abatido, tava com a máscara, e quando fui fazer o exame falei que estava com Covid e quando estava na sala de espera, pessoas correram, pessoas do grupo de saúde”, contou

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