Foto: Vladimir Platonow/ABr
Uma pesquisa feita em 63 favelas de 35 cidades do país mostrou que 94% dos moradores das comunidades se dizem felizes e dois terços não se mudariam nem que sua renda dobrasse. E eles também são bastante críticos em relação à qualidade ou à falta de serviços públicos nas comunidades. A pesquisou, transformada no livro Um País Chamado Favela, lançado neste domingo(14) traz a pesquisa mais ampla do tipo já feita no país. Segundo um dos autores, Renato Meirelles, foram entrevistadas 2 mil pessoas e o livro deve ser entregue a todos os presidenciáveis das eleições de outubro. “A gente acredita que o debate da favela não pode ser bandeira de partido A, B ou C. Tem que ser bandeira da sociedade brasileira em uma discussão de política pública, independente do governante que estiver ocupando o cargo público”, disse Meirelles. Os dados sócio-demográficos indicam a existência, no país, de 12 milhões de pessoas morando em favelas, o que seria o quinto maior estado do Brasil. “São [espaços] eminentemente urbanos e 89% estão em regiões metropolitanas. A favela é um fenômeno das grandes cidades”. Por outro lado, eles são bastante críticos com relação à qualidade dos serviços públicos.Segundo o pesquisador, segurança e infraestrutura são pontos importantes para os moradores, mas a favela também se ressente de outras coisas, como, por exemplo, um número maior de creches. Isso se justifica pelo maior número de mães chefes de família nessas comunidades do que na média do Brasil: 43% dos lares são chefiados por mulheres e 21% por mães solteiras. Informações da Agência Brasil.