Os senadores Lídice da Mata (PSB) e Otto Alencar (PSD) defenderam o adiamento da decisão de afastar ou não Aécio Neves (PSDB) do exercício do seu mandato. O PSB entrou com um pedido para adiar a decisão. O motivo foi a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), marcada para o próximo dia 11, quando os ministros decidirão uma ação sobre os procedimentos a serem adotados em suspensões de mandato parlamentar.
Mesmo com o apoio da maioria das legendas, que agendaram a votação do afastamento do senador Aécio Neves para ontem, desde o início da tarde parte dos líderes defenderam que o Senado aguarde um posicionamento do Supremo. “O requerimento do Senador Valadares pede o adiamento dessa decisão. E o nosso requerimento pede que essa decisão volte para a CCJ, para que nós possamos definir coisas muito concretas. Quais são essas coisas? Que instrumento decisório será usado? Resolução do Senado Federal? O efeito do ato a ser tomado terá caráter revogatório ou denegatório do Ofício S? É possível a análise desse requerimento por partes do ofício fatiado, já que ele encerra pelo menos quatro decisões? A falta de prazo ou o acatamento das medidas cautelares implica convocação do suplente do Senador em questão?”, discursou Lídice, líder do PSB no Senado.
“Não sou conhecida aqui por ter nenhum tipo de inimizade com nenhum dos Senadores, muito menos com o Senador Aécio, que, apesar de ser adversário político, em nenhum momento tive qualquer conflito ou confronto pessoal com ele. Mas não posso imaginar que o que nós estejamos aqui debatendo esteja no texto daqueles que aqui usaram a tribuna”, justificou a senadora.
Já o senador Otto elogiou a carreira política gloriosa de Aécio Neves, mas lamentou que o mineiro esteja envolvido neste escândalo. Ele também se mostrou a favor do adiamento da decisão. “Dói muito em mim saber que ele está envolvido em um caso desse. E um caso que considero grave. Não considero um caso leve. Mas venho aqui dar um depoimento, com muita decisão e coragem, senhor presidente não coloque para votar hoje. Espere a decisão do dia 11, porque votando hoje, eu não tenho como esconder minha posição que será favorável a decisão do STF. Porque decisão não se discute, se cumpre”, declarou.