Montagem: Bahia Notícias
“Era uma casa, muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada”. Teto até tem. O resto, no entanto... Vereadores de Salvador reclamam que, nos últimos tempos, um problema incomum no serviço público tomou os corredores: estariam em falta itens básicos para o funcionamento do dia-a-dia da Câmara Municipal. Segundo edis consultados pelo Bahia Notícias, as dificuldades vão desde caneta e cópias, questões mais administrativas, até papel-toalha e sabonete-líquido. A direção do legislativo, entretanto, nega. “Cheguei da rua e tentei lavar as mãos e não consegui. Não tinha sabonete-líquido nem papel-toalha”, protestou um vereador, que preferiu o anonimato para não criar animosidade entre os pares. Outro interlocutor também confirma. “Tenho ouvido reclamações. O pessoal do gabinete reclamou que não tem caneta e que está tendo dificuldades para tirar cópias”, reclamou. A justificativa dada, segundo os vereadores, são dificuldades na realização de licitações. “Disseram que as empresas estão contestando o resultado das licitações. Então por que não faz a licitação de forma que não seja questionada?”, provoca um dos reclamantes. “Eu pedi uma caneta e fui informado que só tinha caneta vermelha. É complicado trabalhar assim”, afirmou um dos edis. No início de abril, a Câmara foi obrigada a suspender temporariamente as atividades por falta de terceirizados para realizar a limpeza do plenário. Cerca de um mês antes, o vereador Carlos Muniz (PTN) foi até o plenário criticar a administração do legislativo - Muniz tentou viabilizar a candidatura à presidência, porém acabou desistindo. Enquanto os vereadores reclamam da falta de “insumos”, o orçamento da Câmara prevê, para 2015, R$ 400 mil na rubrica “material de consumo”. O diretor administrativo da Casa, Beto Fagundes, nega a falta de material. “Você é nosso convidado para conhecer nosso estoque. Isso é reclamação de quem não tem do que reclamar. Agora existem critérios de reposição de alguns materiais. Não está faltando nada. Por coincidência chegou o material de limpeza hoje”, justificou. Segundo Fagundes, houve um problema emergencial, com algumas impugnações de processos licitatórios, porém “tudo dentro da normalidade”. “Eu atendo 43 ‘acionistas’, então tem que ter controle”, completou.
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