Foto: Divulgação / Palácio do Planalto
Na tentativa de salvar o pacote de medidas anunciado segunda-feira
(14) para reverter o rombo de R$ 30,5 bilhões no Orçamento do ano que
vem, a presidente Dilma Rousseff admitiu alterar pontos cruciais da
proposta. O Planalto recuou na suspensão do reajuste do funcionalismo,
no direcionamento das emendas parlamentares e na diminuição de recursos
do Sistema S. Se, ao fim das negociações com Congresso e entidades
empresariais, o Planalto abrir mão, por exemplo, da integralidade dessas
medidas, o recuo pode diminuir em até R$ 14,6 bilhões a meta dos
cortes, estimada em R$ 26 bilhões. O passo atrás do Executivo na
negociação com o Congresso também pode comprometer outros R$ 6 bilhões
dos R$ 45,6 bilhões previstos como elevação de receita. No caso do
reajuste dos servidores, o aumento passaria a valer em abril de 2016, e
não mais em agosto, como previa o pacote inicial. A medida atende ao PT,
que tem reclamado da forma "pouco amistosa" no Planalto na relação com
os servidores. O governo também aceita discutir a redução do prazo de
vigência da CPMF, de quatro para dois anos. A duração do tributo,
segundo fontes, ainda não está definida. Parte da equipe econômica quer
que a contribuição vigore por menos tempo. Um setor do governo fala em
três anos, no máximo, para não ir além da gestão Dilma. O governo prevê
arrecadar R$ 32 bilhões por ano com a nova CPMF. O Planalto ainda acenou
tirar menos recursos do chamado Sistema S. Em vez de utilizar 30% da
contribuição paga pelas empresas ao Sistema S, para cobrir parte do
rombo da Previdência, a oferta é usar apenas 20%. O recuo atende ao
setor empresarial, que reclamou da medida. O Executivo também mostrou
disposição para recuar em um dos principais pontos de rejeição dos
parlamentares ao pacote. Interlocutores de Dilma afirmam que ela acenou
voltar atrás na proposta para que deputados e senadores destinem emendas
parlamentares às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e
à Saúde. Com o direcionamento da aplicação das emendas, o governo
esperava economizar R$ 7,6 bilhões no ano que vem em gastos da Saúde e
do programa de infraestrutura. Só para cobrir os cortes do PAC, são R$
3,8 bilhões. Normalmente, os parlamentares usam esses recursos para
irrigar bases eleitorais.
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