Norberto Mânica e José Alberto de Castro foram condenados pelo juiz
Murilo Fernandes pelos homicídios dos três fiscais do Trabalho e um
motorista no crime que ficou conhecido Chacina de Unaí. A sentença foi
proferida na noite de hoje (30) por Fernandes. O julgamento ocorreu na
sede da Justiça Federal, em Belo Horizonte (MG). O conselho de sentença
foi formado por quatro mulheres e três homens. Mânica foi condenado a
100 anos de prisão. O fazendeiro poderá abater da condenação o período
de um ano e quatro meses que já cumpriu na cadeia. O empresário José
Alberto de Castro foi condenado a 96 anos e cinco meses de reclusão. O
juiz, no entanto, concedeu aos réus o direito de recorrer em liberdade.
Eles terão de entregar os passaportes e estão impedidos de sair do país.
As informações foram divulgadas pelo Twitter do Ministério Público
Federal em Minas Gerais. A leitura da sentença começou por volta das
22h30. Durante a tarde, defesa e acusação debateram por horas antes de o
juri tomar uma decisão. O procurador da República responsável pelo
caso, Gustavo Torres, disse que a Chacina de Unaí foi um "crime de
pistolagem", e que esse tipo de episódio não deve ser aceito no país.
Após a leitura da sentença, pessoas que acompanhavam o julgamento no
tribunal gritaram o nome das vítimas e a frase “justiça ainda que
tardia”, relembrando a demora para a solução do crime que aconteceu a
quase 12 anos. Os assassinatos aconteceram no dia 28 de janeiro de 2004,
quando os auditores fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida
Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o
motorista Ailton Pereira de Oliveira, foram executados a tiros, enquanto
se preparavam para uma fiscalização de rotina em fazendas de feijão da
zona rural do município de Unaí, em Minas Gerais. O ex-prefeito de Unaí
Antério Mânica, irmão de Norberto e também acusado de ser mandante do
crime, está com julgamento marcado para o dia 4 de novembro. O
empresário Hugo Alves Pimenta, acusado de ser o intermediário entre
pistoleiros e mandantes, deverá ser julgado no dia 10 de novembro.
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