Foto: Reprodução
Um estudo publicado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine)
aponta que o setor audiovisual foi o que apresentou maior crescimento
para a economia do país nos últimos anos. Tendo como base o ano de 2013,
a pesquisa mostra que as atividades econômicas do setor geraram R$ 22,2
bilhões quando, em 2007, o valor era de R$ 8,7 bilhões. De acordo com o
gestor da Diretoria do Audiovisual da Bahia (Dimas), Bertrand Duarte, o
estado segue o fluxo. “A cada R$ 1 real investido, retornam R$ 40 reais
para a Bahia”, afirmou o diretor ao Bahia Notícias. Para Duarte, esses
dados reiteram a afirmação do ministro da Cultura, Juca Ferreira: “É
preciso considerar a existência e a importância do audiovisual, ignorado
por muitos setores da economia”. Devido ao crescimento acelerado, a
contribuição do setor foi de 0,38%, em 2007, para 0,54%, em 2013. Na
pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
apresentada pela Dimas, o audiovisual registrou 0,57% do Produto Interno
Bruto (PIB) internacional no período. “A participação do setor na
economia está à frente, por exemplo, das indústrias têxtil e
farmacêutica e da produção de produtos eletrônicos e de informática. O
peso relativo do audiovisual na economia do país é cada vez maior e
precisa ser levado em consideração”, avalia o diretor-presidente da
Ancine, Manoel Rangel.
Bertrand Duarte | Foto: Acervo Pessoal
Quanto ao desenvolvimento regional, Duarte destaca o
papel do programa Brasil de Todas as Telas, que visa transformar o país
em um centro de produção e programação de conteúdos audiovisuais. O
diretor afirma que dos R$ 1,2 bilhão que serão investidos no setor, 30%
será destinado às produtoras do Nordeste. “Nos últimos dois anos,
tivemos 28 projetos de produtoras baianas independentes selecionadas
pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSE) e pela Ancine. Captamos R$ 12
milhões e 720 mil”, pontua. Para cineastas, como Cláudio Marques,
idealizador do Panorama Internacional Coisa de Cinema, e Matheus Vianna,
diretor do premiado curta “Alegoria da dor”, o quadro não é tão
otimista. Em entrevista ao BN, em setembro, Vianna pontuou que, em
decorrência das políticas culturais, o cinema local não passa por sua melhor fase.
“O calendário da cultura não está passando por um bom momento. Repasses
atrasados e editais interrompidos não estão favorecendo”, opinou. Já
Marques criticou a falta de financiamento do governo,
pois, para ele, a pequena produção não dá conta das possibilidades que o
estado possui. “A gente está perdendo um potencial enorme”, considerou,
também em entrevista ao BN, em outubro. O secretário de Cultura, Jorge
Portugal, rebateu as críticas de Marques
sob a justificativa de que está sempre em diálogo com o cineasta e
revelou que há uma discussão sobre temas como o circuito alternativo e a
criação do projeto Bahia Filmes, não detalhado. Confira o estudo da Ancine em pdf.
Nenhum comentário:
Postar um comentário