Foto: Getty Images
O atual surto de microcefalia no Nordeste fez com que o Hospital Irmã Dulce, em Salvador, criasse um grupo de estudo sobre a doença na Bahia. "Antes
do Ministério [da Saúde] fazer o alerta, o pessoal de Pernambuco fez
contato informando o aumento do número de casos. Como a gente é o
ambulatório de neuropediatria de referência, já que temos uma residência
médica na área, eu disponibilizei um turno - toda quarta-feira à tarde -
para acompanharmos o problema", explicou a supervisora da residência
médica em neuropediatria da unidade, Janeusa Primo. As crianças são
encaminhadas para o hospital por pediatras da capital ou do interior
baiano. Responsável pela coordenação do grupo, a profissional afirmou ao
Bahia Notícias que a pesquisa é feita em parceria com a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) para realização da sorologia nos bebês e nas
mães. Além da análise de uma possível infecção pelo zika vírus ou outros
agentes, as crianças também passam por tomografia, avaliação com
oftalmologista e, se necessário, por um método de amplificação do DNA
chamado PCR. "A gente está vendo a possibilidade de investigar se é zika
vírus ou não. A busca agora é fazer a sorologia dessas crianças com
microcefalia que estão apresentando outras alterações virais, para ver
qual a influência do zika vírus com o aumento do número de microcefalia
no Nordeste". Apesar do recente boletim do Ministério da Saúde, que
mostra aumento no número de casos, a Bahia ainda apresenta uma incidência considerada normal,
segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). No total, já foram
notificados 399 casos da doença em sete estados do Nordeste: 268 em
Pernambuco, 44 em Sergipe, 39 no Rio Grande do Norte, 21 na Paraíba, 10
no Piauí, nove no Ceará e oito na Bahia. Ainda assim, a neropediatra
informou que profissionais já têm se preocupado com um possível aumento
da microcefalia entre as crianças baianas. "Não posso quantificar,
porque temos que trabalhar com notificações. Como não estava havendo
notificação, a gente começou a cobrar isso", disse. "Já chama atenção
dos médicos o número de relatos não só de crianças que já nasceram, mas
também de gestantes que estão com uma gravidez avançada, que já mostra
alteração no bebê".
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