Não saca dinheiro em caixa eletrônico nos finais de semana, nunca passa dados pessoais por telefone e sempre rasga cartas de supostos escritórios de advocacia dizendo que, graças a uma nova lei, aposentados têm direito a um dinheiro extra. Vez ou outra ela muda o sotaque e finge ser outra pessoa no telefone na tentativa de afastar vendedores e golpistas. "A pessoa mais velha não fica mais esperta, não, a gente tende a precisar mais das pessoas e acaba confiando em quem é gentil. E os golpistas são bons de papo, costumam ser bem convincentes", diz Maria Aparecida, que se orgulha de nunca ter caído em nenhum golpe até hoje.
Maria Aparecida tem razão em se precaver. Os mais velhos são mais vulneráveis às artimanhas de criminosos, em especial os especializados em aplicar fraudes. "Entre os crimes cometidos contra idosos, estelionato é o mais comum. Depois vêm roubo e desaparecimento", diz o delegado Rafael Souza Horácio, chefe do 1º Departamento da Polícia Civil de Minas Gerais. Confira algumas das dicas para evitar isso:
1. Compra equivocada: Por telefone, uma pessoa comunica que uma compra de valor elevado foi feita com o cartão do cliente. Ao tentar confirmar dados como nome, endereço, número de conta e de cartão, coleta as informações pessoais. 2. Processo judicial:Uma carta ou um telefonema avisa que o aposentado tem uma causa ganha na Justiça, mas que precisa pagar os honorários de um advogado ou custas processuais para receber a indenização.
3. Troca de cartão. Golpistas costumam instalar uma máquina para reter cartões no caixa eletrônico, normalmente em horários fora do expediente bancário e nos finais de semana.
4. Saidinha de banco: Idosos nem sempre dominam tecnologia e às vezes têm dificuldade em fazer operações nos caixas eletrônicos.
5. Bilhete premiado: Velho golpe no qual uma pessoa, normalmente aparentando origem humilde, diz ter ganho na loteria ou ter uma indenização a receber no banco. Mas sempre há um impedimento para receber o dinheiro.
6. Carro do sobrinho: Por telefone, uma pessoa pergunta a quem atende a chamada se ela sabe quem está falando. Chama-a de "tio" ou "tia" e tenta constranger falando que quem está do outro lado da linha se esqueceu do sobrinho (ou sobrinha) querido
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