Leandro (nome fictício), de 26 anos, passava parte de seus dias organizando processos em um escritório de advocacia. A rotina incluía visitas frequentes ao fórum para consulta à papelada empoeirada.
Há dez meses, surpreendeu o chefe e os colegas quando pediu demissão do estágio para se dedicar ao investimento em bitcoins, a criptomoeda que têm chamado a atenção do mundo pela hipervalorização. À época, foi tratado como louco. "Me aposento financeiramente em seis meses", diz ele, hoje.
O rapaz, que pediu para ter o nome preservado por questões de segurança, se tornou um corretor de moedas criptografadas. Ele conta que, ao longo de quase dois anos, investiu todo o salário que ganhava como estagiário, de R$ 500 a R$ 600 por mês. Desde então, a moeda criptografada valorizou mais de 3.500%.
"Na época, eu conseguia comprar uma quantia razoável de moedas, já que o valor estava bem mais baixo. Depois, amigos apareceram querendo comprar e eu vi que era possível ganhar dinheiro com aquilo. Um corretor me apadrinhou e depois eu me tornei sócio dele. Hoje, ele se aposentou e eu sigo carreira solo", disse o rapaz, em entrevista à BBC Brasil.
Leandro trabalha das 8h às 17h dentro de seu quarto e está no último ano da faculdade de direito. Ele não pretende trabalhar no setor, mas quer terminar o curso e se especializar na área tributária "para ter um plano B"
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