Governador afirma que não recebeu provas de interferência ou pressões e promete investir em perícias. 'Há muita gente recebendo para cometer homicídios', diz.
©️Por GloboNews |
O governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou na manhã desta quinta-feira (3) que confia na credibilidade da Polícia Civil na investigação das mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ele destacou que não recebeu provas de que a corporação esteja sofrendo qualquer tipo de interferência para abafar o caso.
Witzel concedeu entrevista ao GloboNews em Ponto antes de dar posse ao secretário da Polícia Militar, Rogério Figueredo de Lacerda.
O governador, que prometeu investimentos na Divisão de Homicídios da Polícia Civil, destacou que não acredita na possibilidade de interferências externas que estariam atrapalhando a investigação das mortes da vereadora e do motorista.
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Em novembro do ano passado, o então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que tinha “mais do que certeza” que pessoas poderosas não teriam interesse na elucidação do caso. O governador do RJ destacou que não chegou a ele nenhuma investigação sobre interferência e que o inquérito segue sob sigilo.
“Eu não trabalho com hipóteses. Eu fui juiz federal, fui defensor público e sou um profissional do Direito; eu trabalho com fatos provados", frisou Witzel.
"Se existe qualquer tipo de interferência e nós tenhamos a investigação necessária para mostrar que a interferência está ocorrendo, nós temos que indiciar, relatar o inquérito, o Ministério Público tem que denunciar e o juiz tem que julgar”, ressaltou.
O governador destacou ainda que não possui nenhum tipo de intenção de interferir nas investigações e que não possui atribuições constitucionais para isso. Ele reconhece que o índice de solução de homicídios no RJ ainda está aquém do necessário. Porém, Witzel conta que observa profissionalismo e que o setor precisa de investimentos para melhorar o desempenho.
Wilson Witzel afirmou ainda que a Polícia Civil foi desestruturada ao longo dos últimos anos e que precisa de meios para investigar e prender criminosos: “Há muita gente recebendo para cometer homicídios”, disse sobre o crime no estado.
Crise
Wilson Witzel destacou que o controle orçamentário será um trabalho difícil nos próximos anos e que, apenas este ano, ele trabalha com um déficit de R$ 8 bi nas contas do RJ. Ele destacou que a corrupção foi uma das causas dos problemas financeiros do estado.
“Vamos governar com rigor, com austeridade e com um trabalho inteligente de utilização do dinheiro público. Eu tenho certeza de que vamos superar essa crise”, explicou o governador.
Ele afirmou ainda que confia no preparo dos nomes que escolheu para compor o secretariado. O governador afirmou que a experiência como juiz federal o auxiliará ao longo da gestão.
“Juiz é alguém preparado para lidar com vários problemas ao mesmo tempo e de forma diversificada”.
Witzel na posse do secretário da PM, Rogério Figueredo de Lacerda — Foto: PMERJ |
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