sábado, 4 de janeiro de 2020

Governo estuda concessão de 'complexo de Pituaçu' com estádio, parque e Bahia Café Hall

Desde o ano passado, o Governo da Bahia vem estudando abrir concessão do estádio de Pituaçu à iniciativa privada
Governo estuda concessão de 'complexo de Pituaçu' com estádio, parque e Bahia Café Hall
Foto: Leandro Aragão / Bahia Notícias


De acordo com Davidson Magalhães, titular da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o projeto pode incluir o estacionamento da praça esportiva e até o antigo espaço para shows Bahia Café Hall.
 
"Ali envolve não só o estádio, mas também o estacionamento, o Bahia Café Hall e o que fazer com o Parque de Pituaçu. Ou seja, como a gente vai fazer uma releitura daquele parque, porque é um centro belíssimo e a posição do governador é revitalizar aquilo. Então, estamos discutindo um projeto integrado", afirmou em entrevista ao Bahia Notícias.

Segundo Davidson Magalhães, o modelo de concessão ainda está sendo analisado para ser apresentado ao governador Rui Costa. "O que está sendo discutido no Governo é o tipo de modelagem dessa concessão. Ali nós temos o estádio, o estacionamento do estádio – que inclusive já teve algumas manifestações de interesse de exploração do estacionamento até com edifício-garagem", disse.

Um dos principais motivos da ideia de concessão do local é o elevado custo de manutenção. O governo gasta cerca de R$ 3 milhões somente com o estádio. Além disso, o secretário da Setre chamou atenção a outro ponto para a necessidade de um destino dos equipamentos públicos de Pituaçu. "O Parque precisa ser revitalizado, porque à medida que não é revitalizado fica vulnerável à invasão imobiliária que termina se estendendo e quando você perceber a área já foi tomada", destacou. "Essa é a preocupação do governador de revitalizá-la, porque é uma área nobre da cidade, que depois do metrô e das obras de infraestrutura que ligaram aquela avenida, virou uma área central da cidade. Então, precisa ter um aproveitamento econômico", completou. 
 
Davidson Magalhães é o titular da Setre | Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

O estudo de viabilidade da concessão de Pituaçu não envolve apenas a Setre. "É um debate que faz a interface da secretaria do trabalho, por conta do esporte, e da Secretaria do Meio Ambiente, por conta do Parque. Vamos fazer o debate para unificar o governo e apresentar o projeto ao governador. E aí será feita uma audiência pública para isso", finalizou.

No último mês de dezembro, o Governo lançou edital para contratar uma empresa de engenharia para realizar uma reforma de manutenção do estádio de Pituaçu. Entre 2015 e 2019, foi empregada a quantia de R$ 2,1 milhões para manter a praça esportiva. O valor, obtido pelo BN por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI), apontou que o recurso equivale a 11% de toda a verba (R$ 19 milhões) empenhada pelo governo em reformas e construção de estádios na Bahia.

UTILIZAÇÃO DE PITUAÇU

O estádio de Pituaçu foi complemente reformado durante a gestão do ex-governador Jaques Wagner (PT) e teve sua capacidade aumentada de 16 mil para 34 mil lugares. Na época, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) captou R$ 22 milhões para a obra.

Em 2019, o estádio de Pituaçu serviu de 'casa' para Olímpia e Galícia mandarem seus jogos da Série B do Baiano, além de ter sido palco da final da competição, que consagrou o Doce Mel como campeão. No mesmo ano, o equipamento também foi utilizado como local de treinamento por algumas seleções durante a disputa da Copa América, incluindo o vice-campeão Peru. O Parque de Pituaçu abriga ainda o Espaço Mário Cravo e o Parque das Esculturas, que estão em processo avançado de deterioração por falta de investimentos. Em 2017, o então titular da Sema, Geraldo Reis, disse que o parque passaria por uma "grande intervenção", com investimento de R$ 17 milhões. A Secretaria de Cultura, que também teria atribuições por causa da área dedicada ao artista plástico, não se manifestou à época. Mário Cravo Jr. morreu em agosto de 2018, aos 95 anos.

DISPUTA JUDICIAL
O Bahia Café Hall recebia eventos até 2015, mas foi fechado depois de um processo judicial de reintegração de posse movido pelo Governo do Estado. A disputa pelo espaço começou em 2010, quando a Caixa Econômica Federal avaliou que os R$ 7 mil pagos pelo aluguel do espaço era um valor baixo e deveria sofre reajuste para, no mínimo, R$ 39 mil. O governo então considerou que os locatários ocupavam o espaço de forma irregular e cobrou cerca de R$ 2,2 milhões.

Em 2014, o então gestor do Bahia Café Hall propôs pagar R$ 40 mil de aluguel, mas a gestão estadual não aceitou o acordo.

Com uma área de mil metros quadrados, o Bahia Café Hall tem capacidade para abrigar até 2.200 pessoas e era considerada uma das principais casas de show de Salvador. À época do fechamento, circulou a informação de que o objetivo do governo era transformar o local em um espaço multicultural do estado. 
 


***Fonte: bahianoticias
Acessado em: https://www.bahianoticias.com.br/

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