terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Sindipetro-BA destaca queda na produção de petróleo e gás; Petrobras nega impacto

Em greve há 17 dias pelo cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho e pela suspensão das demissões dos trabalhadores da Fafen Paraná, os petroleiros destacam o crescimento da paralisação com a adesão de novas entidades. Dos 18 sindicatos ligados à Federação Única dos Trabalhadores (FUP), 16 apoiam a causa. Segundo o diretor de comunicação do Sindipetro-Bahia, Radiosvaldo Costa, apenas as entidades de Alagoas, em Sergipe, e da cidade do Rio de Janeiro ainda não aderiram ao movimento.
Foto: Reprodução / FUP.org
"Temos conseguido uma participação alta. Conseguimos redução da carga de processamento das refinarias, principalmente as de Minas Gerais, Cubatão, Duque de Caxias e aqui a RLAM [Refinaria Landulfo Alves, em São Francisco do Conde]. O que compromete e muito o abastecimento de derivados, como o combustível e o gás de cozinha", ressalta Costa em contato com o Bahia Notícias na noite desta segunda-feira (17).
De acordo com ele, cerca de 70% dos servidores concursados e 70% dos terceirizados integram o movimento grevista na Bahia. Com isso, o estado sofreu uma redução de 20% na produção de petróleo e gás e a Refinaria Landulfo Alves está com carga de processamento abaixo de 50%.
A Petrobras refuta esses dados. Procurada pelo Bahia Notícias, a empresa reiterou que não há impactos na produção de petróleo e de combustíveis. “Nenhuma plataforma de produção, refinaria, unidade de processamento de gás natural ou térmica teve adesão total à paralisação irregular”, nega.
 
Já o Sindipetro diz que a empresa esconde os impactos e cogita importar produtos derivados para garantir o abastecimento de postos de gasolina, por exemplo. Para minimizar os efeitos da greve e enfraquecê-la, Costa conta que a Petrobras lançou um comunicado informando a suspensão das férias de grevistas que já estavam agendadas para março e o corte nos salários. Além disso, ele afirma que a empresa tem buscado seus aposentados, com ofertas de diárias no valor de R$ 3 mil, para que eles retornem às atividades temporariamente.
"E mesmo assim, a maioria absoluta, senão quase todos, recusaram a proposta da empresa. Além de todo assédio que a Petrobras está fazendo, pagando bônus pra os trabalhadores que estão furando a greve", critica o sindicalista.
Em publicações feitas na semana passada, a Petrobras informou a contratação emergencial de profissionais e serviços durante o período de greve. Na última quarta (12), por exemplo, a empresa publicou uma nota pontuando que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconheceu a legitimidade de aplicação de multa, desconto de dias parados e ainda "outras medidas de caráter coercitivo" que sejam necessárias para o restabelecimentos das atividades.
Em nota enviada ao BN, a empresa ressaltou que as entidades sindicais descumprem a decisão judicial de manter 90% do efetivo operando. “(...) a Petrobras tem mantido a produção por meio da atuação de equipes de contingência e de empregados que não aderiram ao movimento. A produção diária e os estoques de combustíveis garantem a oferta ao mercado e afastam a possibilidade de desabastecimento”, afirma. Essas equipes de contingência são formadas por trabalhadores da Petrobras e profissionais temporários ou empresas contratadas, conforme autorização judicial.
























***Fonte: bahianoticias
Acessado em: https://www.bahianoticias.com.br/

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