sábado, 9 de maio de 2020

Prefeito de Manaus lamenta mortes por Covid-19, mas resiste à lockdown: 'Termina em tiro'

João Oliveira Wenceslau Guimarães-BA

(Foto: BBC Brasil)



O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), voltou a relatar nesta sexta-feira (8) a situação delicada que vive Manaus, capital do Amazonas, durante a pandemia do novo coronavírus.
"Todo dia eu vejo mortes de pessoas que conheço", disse, em entrevista à BBC News Brasil. "Isso só não mexe com uma pessoa com o coração muito ruim: impotência, falta de recursos, e morrendo gente, morrendo gente", completou.
Ele continuou as lamentações citando o episódio em que um filho de um homem morto pela doença atacou um dos profissionais que fizeram o enterro.
"O coveiro! O coveiro. Se tivesse que espancar, espancasse o governador, espancasse a mim. Mas o coveiro...", afirmou. 
Apesar do aumento das mortes, o prefeito não pretender seguir a recomendação do Ministério Público do Estado de implementação de um lockdown (confinamento obrigatório) com a justificativa de um caos social.
"(Alguém) joga uma pedra em alguém, começa um tiroteio com bala de borracha que pode cegar alguém, começa a reação das pessoas, que vivem uma situação de desespero. Algo que termina dando em tiro, dando em morte", projetou.

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