quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Trad propõe a vacinação de dentistas, fisioterapeutas, garçons e fonoaudiólogos

O senador encaminhou sugestão ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Para Nelsinho Trad, essas profissões têm contato direto com o público e, portanto, maior exposição ao risco de contaminação



O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) propôs a inclusão de dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e garçons nos grupos com prioridade na vacinação contra a covid-19. A sugestão foi feita por meio de indicações encaminhadas ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Nelsinho Trad defende a disponibilização da vacina para toda a população brasileira, mas considera importante a imunização imediata daquelas categorias que, em razão da sua atuação profissional, mantêm contato mais direto com o público.

Ao justificar a inclusão dos garçons no grupo prioritário, Nelsinho Trad explica que praticamente todos os profissionais que se enquadram na área da saúde em algum momento vão a um restaurante fazer uma refeição, e quem serve essas pessoas habitualmente são os garçons.

— O garçom tem contato com uma gama variada de gente que praticamente usa sempre o estabelecimento de um restaurante para fazer suas refeições. E por ser uma pessoa que tem muito contato com gente, eu entendo que deve ser priorizado, não só para proteger a ele mesmo, como para evitar que, sendo portador assintomático, evite transmitir o vírus a quem faça a refeição — disse em entrevista à Rádio Senado.

Nelsinho Trad disse que alguns senadores também já propuseram a inclusão de outras categorias profissionais no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19, como entregadores, taxistas, motoristas de ônibus e aplicativos de transposte.

— Existem, no setor do Ministério da Saúde, outros grupos que já foram sugeridos por outros senadores. A gente pesquisou as categorias devidamente indicadas. O importante é ter a vacinação para todos, mas, enquanto ela não vem para todo mundo, nada mais racional que a gente use o bom senso e passe a colocar a vacina naquele que tem contato maior com a população. A partir do momento em que ele está vacinado, pode gerar a tão sonhada imunidade de rebanho, que é o momento, de acordo com os analistas que estudam essa questão, em que vamos vencer a covid-19 — explicou.

Na condição de presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Nelsinho Trad ressaltou a atuação histórica do Brasil na produção de imunizantes, e disse que o país precisa retomar essa posição, até então de reconhecimento internacional.

— Sem os insumos não se faz a vacina. Seria a mesma coisa que querer fazer um bolo sem a farinha. O Brasil tinha, há três décadas, uma expertise muito aguçada na produção de vários tipos de insumos para a produção de vacinas, a exemplo da hepatite, HPV e coquetel anti-aids. Ocorre que esse tipo de atividade foi atrofiando sob a justificativa 'de que a gente desenvolve esses insumos, mas nunca vem uma doença para a gente fazer a vacina”. Seria como o pagamento do seguro do carro. Você paga, não tem acidente e questiona, mas, no momento em que bate o carro, você vê o tanto que é importante ter o seguro. A questão do insumo é a mesma coisa — afirmou.

Nelsinho Trad disse que pretende promover em breve uma audiência pública com todos os setores da área de saúde para discutir a recolocação do Brasil na pesquisa de insumos, a fim de que o país não fique à mercê de nações que priorizaram a fabricação de vacinas, como a China e a Índia.

— Houve ainda uma certa politização de embates entre nossa chancelaria e o governo chinês. Mas a gente, percebendo esse mal estar, promoveu, por iniciativa da senadora Kátia Abreu, uma reunião remota com o embaixador chinês e autoridades de saúde da China, com a participação de diversos senadores, em que a gente pôde manifestar nossa intenção em, mais uma vez, entrar nessa área, não só para receber insumos, mas para ajudar a desenvolver. A gente foi muito bem recebida nessa reunião, ela foi muito produtiva e atingiu seu intento, que foi justamente tirar uma má impressão que poderia existir de relacionamento diplomático do Brasil com a China — concluiu.







(Foto: Tony Winston/Agência Brasília)

João Oliveira, Wenceslau Guimarães - BAHIA





Fonte: Agência Senado

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