quarta-feira, 3 de março de 2021

ARTIGO DE CARREIRA: É a hora certa de mudar de carreira?


Neste artigo, você vai entender se está trabalhando a maior parte do tempo com satisfação ou se está na hora de trocar de área ou emprego.

Uma grande parte das pessoas que estão infelizes no trabalho pensam se devem mudar de carreira ou não. Mas o que muitos não sabem é por onde começar e, por isso,  sentem-se como se estivessem sozinhas nesta jornada. 

Um sentimento de que errou nas escolhas, de que o tempo está passando, os outros estão evoluindo e você está parado, patinando. Não saber como sair desta situação e para onde ir, gera frustração, ansiedade, revolta e é quase impossível desligar essa “chave” na cabeça, afetando as relações, as horas fora do trabalho e outras áreas da sua vida. Parece que não há luz no fim do túnel.

O primeiro ponto a entender é que você não está sozinho nesta jornada e especialistas e pesquisadores da área tem muito foco neste tema.  A insatisfação no trabalho atinge milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Ao redor do globo, assombrosos 72% das pessoas não gostam do próprio trabalho, por alguma razão, segundo pesquisa do instituto Gallup.

No nosso país, uma pesquisa semelhante da Isma Brasil mostrou que a insatisfação na carreira atinge os mesmos 72% dos profissionais, sendo as principais causas: falta de reconhecimento (atinge 89% dos profissionais), excesso de tarefas e responsabilidades (78%) e problemas de relacionamento com pares e/ou superiores (63%).

Vida profissional ou vida pessoal?
O trabalho é onde passamos a maior parte do nosso tempo.  O local onde você desenvolve o maior número de horas de seus relacionamentos e onde investe a maior parte da sua energia. O que você faz todos os dias, transforma em quem você é e será nos próximos anos. É por isso que discordo dos termos “vida pessoal” e “vida profissional”. Existe uma coisa só. Existe VIDA. Você é uma pessoa só! 

Quando você sai do trabalho, não passa pela porta por um desmagnetizador de problemas profissionais que faz esquecer e deixar de lado todas as inquietações e frustrações do dia-a-dia, sem interferir nos momentos fora do escritório. 

Fazer o que você não gosta na maior parte do tempo da sua vida atual interfere sim na sua saúde e nos seus relacionamentos familiares, amorosos e com seus amigos. Interfere no seu bem-estar, no seu equilíbrio físico e mental e na sua disposição e energia com todas as áreas da sua vida.

Como saber quando é hora de mudar?
Um ótimo indicador para descobrir se é momento de começar a avaliar e pensar em outras opções é se você está vivendo pelas doses homeopáticas de prazer que a sexta-feira ou um feriado trazem. 

Se você está vivendo pela semana de férias anual onde vai viajar e acredita que todo seu esforço, frustração e energia serão recompensados e seus relacionamentos serão restaurados, cuidado!  É uma armadilha perigosa. 

Eu já estive por anos nessa posição e sei o quanto é doloroso e o quanto isso é prejudicial para si mesmo. As segundas-feiras eram terríveis para mim. Muitas pessoas dizem que a música do Fantástico no domingo à noite traz a frustração do final de semana. Comigo, já trazia ao ouvir a música do Globo Rural no domingo cedo!

Um segundo indicador é a estratégia do 70-30. Um trabalho ideal para você e que te traga realização na carreira, não significa que tenha 100% de coisas que você gosta e sentirá prazer em 100% do tempo. Esse número beira ao utópico, inexistente, irrealizável, e pode trazer muito ceticismo para acreditar que é sim possível ter realização na carreira, de forma saudável. 

Na prática, trabalho com meus clientes de Coaching que uma boa proporção é o 70-30: 70% do tempo fazendo coisas que gosta, que sente prazer em fazer e está utilizando suas forças e talentos na capacidade máxima. Os 30% restantes, são coisas que tem que ser feitas, tarefas de obrigação e que pode ser que você  não goste de realizá-las. 

É importante medir e ter consciência de como esta relação está para você. No meu trabalho como Coach, tenho sim atividades que não gosto de fazer, como contabilidade e banco. Mas como gestor do meu próprio negócio, são obrigações que tenho e devem ser realizadas. E nem de longe afetam o meu 70-30 e tenho sim muita realização no meu trabalho. 

O que acontece com muitos profissionais é que esta proporção está invertida. Eles estão 30-70: 30% do tempo apenas fazendo o que gostam, usando seus talentos e sentindo-se bem. Às vezes, até menos de 30%. A frustração, ansiedade e falta de realização devem-se a isso. Tive um cliente que se assustou ao perceber que apenas 20% do tempo  em seu emprego realizava atividades que traziam satisfação para ele como profissional. 

Um exercício simples é escrever por uma semana em um papel ou no celular, todas as atividades que gosta e não gosta de desempenhar no seu atual emprego. Ao longo da semana, quando se depara com uma atividade, anote do lado “Gosto” ou “Não Gosto”. Avalie, ao final da semana, se está dentro da proporção 70-30. O resultado pode te surpreender.

Qual a sua proporção?


Escrito Por
ERIC ARRUDA

Eric Arruda atua como Coach, Treinador e Palestrante, trabalha com desenvolvimento de pessoas e carreiras. É Idealizador do Método Ir que impactou milhares de pessoas a encontrarem seus caminhos profissionais e estarem alinhadas com o que querem para suas vidas.    É também criador e treinador da Especialização em Sabotadores, da Formação em Análise de Perfil Comportamental e Formação de Coaching, de Carreira e Empresas. É certificado Master Coach, Master Coach de Carreira e Coach Criacional, tem 5 certificações nacionais e internacionais em Análise de Perfil Comportamental, certificação em Coaching Executivo, PNL e Autossabotagem.   Foi Coach voluntário na Comunidade Terapêutica Reviver, ajudando pessoas em recuperação a reconstruírem suas histórias e faz palestras voluntárias em escolas, ajudando jovens nas escolhas de suas carreiras profissionais. Desde 2017 é membro do Conselho do Instituto o Bem Nunca Para, ONG que distribui cestas básicas no Brasil todo e faz processos de coaching com as famílias para que possam sair das situações de risco alimentar. Engenheiro Mecânico pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), tem experiência na indústria (AmBev), área comercial e startups (Franklin Fueling) e como Consultor de Recrutamento de executivos (HAYS).





(Foto: Reprodução)

João Oliveira, Wenceslau Guimarães - BAHIA





Fonte: Informações Contábeis

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