Polícia reconstitui caso Amarildo (Foto: Ale Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo)
A reconstituição do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de
Souza continuava por volta das 9h20 desta segunda-feira (2) na Favela
da Rocinha, na
Zona Sul do
Rio. Com quase 15 horas, esta é considerada uma das maiores
reconstituições já feitas pela Polícia Civil, segundo informou a
assessoria da corporação. Amarildo sumiu após ser abordado por policiais
militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, em 14
de julho.
Agentes da
Polícia Civil, e PMs, além do
Ministério Público
refizeram todo o trajeto desde a primeira abordagem dos policiais da
UPP ao ajudante de pedreiro. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia
Civil, a família de Amarildo foi convidada, mas não participa da
reconstituição.
A reconstituição estava marcada para começas às 15h, mas começou apenas
às 18h43 deste domingo (1°). O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de
Homicídios (DH), chegou à comunidade às 16h10. Não há previsão de
término dos
trabalhos.
Os 13 policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) que
tinham sido liberados por volta das 15h55 da reconstituição foram
convocados para retornar para a Rocinha.
De acordo com o delegado Rivaldo Barbosa a ordem cronológica dos fatos será respeitada, através de várias simulações.
O trabalho começou na localidade conhecida como Cachopa, onde Amarildo
foi abordado pelos policiais da UPP; depois na casa e no bar perto da
casa do ajudante de pedreiro. O último local da reconstituição será
feito na região da sede da UPP da Rocinha, perto do parque ecológico da
comunidade. Cerca de 100 policiais civis estavam no local para
participar das simulações.
Segundo o advogado Marcus Espínola, os 13 Policiais Militares da UPP da
Rocinha que participam da reconstituição tinham sido dispensados pelo
Estado-Maior. Ele afirmou que os agentes receberam um oficio para
comparecer à sede da UPP às 12h, mas até as 16h nenhum representante da
Divisão de Homicídios havia aparecido.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio declarou que houve um
desencontro de horários e assim que o problema foi detectado, a Polícia
Militar determinou a volta dos policiais à Rocinha para que a
reconstituição fosse feita.
Ele contou ainda que o Ministério Público (MP) ainda não indiciou
nenhum dos quatro soldados que fizeram a abordagem do Amarildo de Souza.
"Pessoas estão envolvidas pelo desaparecimento e é muito triste. Todas
as versões devem ser investigadas. Não se sabe se Amarildo é envolvido
com o tráfico, e tudo deve ser investigado", finalizou Espínola.