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Com uma diferença de “apenas” R$ 24 bilhões em ativos, de um total de R$ 1,425 trilhão, o banco Itaú Unibanco assumiu a liderança do setor no Brasil. A instituição das famílias Setubal e Moreira Salles tomou o lugar do Banco do Brasil, que há anos ocupa a primeira posição no ranking das maiores instituições financeiras do País.
A constatação da perda da liderança do BB foi feita com base nos resultados divulgados nesta quinta-feira, 16, pelo banco público. A instituição ficou praticamente estável no valor de seus ativos comparado com o ano de 2015, em torno de R$ 1,401 trilhão. Já Itaú registrou crescimento de 4,8%. Ser ou não ser o primeiro tem gerado ao longo do tempo uma disputa acirrada entre as grandes instituições bancárias.
Para o BB, é um baque perder o posto já que, por muitos anos, afirmou na sua publicidade o orgulho de ser o maior banco do Brasil. Segundo analistas, no entanto, há chance de a liderança sofrer alteração no curto prazo. O professor William Eid Junior, da escola de administração FGV, alerta que esse ranking é volátil e pode mudar rapidamente. Uma variável que contribui para isso é o câmbio.
O Itaú é dono de uma instituição chilena, o CorpBanca, que tem seus ativos cotados em dólar. Logo, a depender da variação cambial, o valor de seus ativos se altera em reais, o que pode levar o BB a reassumir seu posto. Outro ponto que pode mudar a configuração de liderança é o fato de o Banco Central contabilizar os ativos de forma diferente das regras usadas nos balanços das instituições. Com isso, o BB espera que, no ranking do Banco Central, que será divulgado no fim de março, essa situação se altere.
Sob os critérios do BC, o total de ativos do Itaú é menor do que o informado no balanço contábil do banco privado. Isso acontece porque o BC não contabiliza as operações não financeiras, como seguros e previdência, por exemplo, que entram na conta feita pelo Itaú. Já o BB, segundo as regras do BC, fica com o ativo maior do que o que divulga ao mercado. Enquanto em seu balanço contábil foi registrado ao fim de 2016 R$ 1,401 trilhão em ativos, para o BC esse valor ficará em R$ 1,436 trilhão, segundo informações do BB. Esse valor leva em conta a participação que o banco estatal possui no banco Votorantim. Ou seja, o ativo do BB ficará maior do que o R$ 1,425 trilhão registrado pelo Itaú.
Ao longo do ano, esse ranking poderá ir e vir. O Itaú poderá se consolidar à frente quando incorporar as operações do varejo do Citibank, que comprou no ano passado e aguarda a autorização das autoridades para se concretizar. Para William Eid, da FGV, não há dúvidas de que o Itaú ao longo dos anos ultrapassará o Banco do Brasil. Lucro Para os analistas que acompanham os resultados financeiros dos bancos, o Itaú é sempre considerado como um dos melhores do setor. Há anos, tem o maior lucro, por exemplo. No ano passado foram R$ 22 bilhões. Já o BB atingiu R$ 7,2 bilhões. Mas mesmo com resultados bilionários os bancos tiveram queda em seus lucros no ano passado.
Foi a primeira queda em anos, embalada principalmente pelo impacto dos calotes, que cresceram. Por outro lado, ainda que tenham emprestado menos diante do ambiente de risco no País, os ativos de Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal – este último ainda não abriu seus números – ultrapassaram, pela primeira vez, a marca de R$ 6 trilhões e seguem próximos ao Produto Interno Bruto (PIB brasileiro. Juntos, BB, Itaú, Bradesco e Santander tiveram lucro líquido de R$ 51,7 bilhões no ano passado, cifra 12,6% menor do que 2015, de R$ 59,2 bilhões. (Fonte: Correio)