O ultimo registro da raiva humana, doença transmitida por mordedura de animal contaminado, na Bahia, ocorreu há 13 anos em Salvador, com um homem atacado por um cachorro. Já os registros de casos em cães na capital, foram mais recentes, em 2009. O surgimento de quatro novos casos da doença em animais, em novembro e dezembro deste ano, fez com que as Secretaria Estadual e Municipal da Saúde emitissem um alerta epidemiológico para alertar a população sobre os riscos da doença.
O caso mais recente da doença, foi registrado nesta semana no bairro de Itinga, que faz divisa entre Salvador e Lauro de Freitas. A doença foi identificada em um cão, na parte do bairro que pertence Lauro de Freitas. Desde então e até o próximo dia 29 a Secretaria Municipal, através do Centro de Controle de Zoonoses, vem realizando o bloqueio epidemiológico em uma área de cinco quilômetros, que abrangem os bairros de Cassange, Jardim das Margaridas, São Cristovão e Parque São Cristovão.
Com índice de 100% de letalidade em animais e no homem, quando manifestada, a raiva só pode ser combatida com medidas preventivas, como a vacinação. Em Salvador, onde os maiores riscos de transmissão da doença é a existência de milhares de cães vadios, a Secretaria Municipal da Saúde estima que existam mais de 200 mil animais, dos quais milhares deles vivem perambulando nas ruas. Por isso mesmo promove, desde setembro último, campanhas de vacinação anti-rábica, já tendo vacinado mais de 200 mil animais.
A “varredura” vem sendo feita nesses bairros por agentes de saúde que percorrem as ruas e vão de casa em casa para vacinar os animais e alertar a população sobre os riscos da doença. “A Raiva não tem cura e é letal tanto para os animais como para o homem. A única forma de evitar a doença é a prevenção através da vacina”, alerta o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Salvador, Aroldo Carneiro. Este ano, segundo a SMS três casos de raiva em morcegos foram detectados em Salvador.
Alerta
Este ano a Secretaria Municipal da aplicou 230 mil doses de vacina anti-rábica em cães e gatos. Ainda segundo a Secretaria Municipal da Saúde, desde 2004 que não são registrados em Salvador casos de raiva humana. A doses da vacina anti-rábica também são disponibilizadas de segunda à sexta-feira, em 100 postos de saúde de Salvador das 08h às 17h. Para serem vacinados, os animais devem possuir mais de três meses de idade e não podem estar doentes. Não é necessário levar documentos.
Em nota, a Sesab disse que três casos da doença em animais foram verificados este mês na Bahia, sendo dois nos municípios de Feira de Santana, e um terceiro em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Em novembro, a Sesab também registrou num caso de raiva animal no município de Catu. Segundo a Sesab, a Superintendência de Vigilância Epidemiológica recomendou a realização de um bloqueio dos focos com a realização de vacinação de casa em casa nas áreas de contaminação.
A raiva é uma doença do tipo zoonose viral que se caracteriza pelo alto índice de letalidade. A contaminação pelo vírus pode se tornar presente na saliva do animal e transmitido para as pessoas e outros animais pela mordida de um animal infectado e, pela arranhadura ou lambedura de mucosas. A doença apresenta quatro ciclos de transmissão sendo o urbano passível de eliminação, por se dispor de medidas eficientes de prevenção, tanto em relação ao ser humano, quanto à fonte de infecção.
O vírus da doença é transmitido ao indivíduo por meio da saliva do gato ou cão infectado. Para passar pelo procedimento, os animais devem possuir mais de três meses de idade e não podem estar doentes. No início da semana, por causa da identificação de um caso de raiva animal em Lauro de Freitas, agentes municipais de saúde fizeram uma espécie de varredura no bairro de São Cristovão, percorrendo ruas e visitando casas para realizar a imunização dos animais.
Cuidados a serem observados
Os registros de raiva datam da própria história do homem, mas a sua vacina só foi descoberta em 1885, pelo médico e pesquisador francês Louis Pasteur. Segundo o coordenador de Zoonose de Salvador, a vacinação deve ser feita anualmente em pelo menos 80% dos cães e gatos, como forma de quebrar o elo da cadeia epidemiológica de transmissão, impedindo que o vírus alcance a população.
Quando da confirmação de raiva em animais domésticos (cães e gatos) bem como os de produção (bovinos, equinos, suínos, ovinos e caprinos), os agentes de saúde devem realizar o bloqueio da área de influência de contaminação, com busca ativa no local do foco para detectar possíveis animais suspeitos, bem como pessoas que tenham tido algum tipo de contato com esses animais.
O coordenador Estadual de Imunização e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, Ramon Saavedra, garante que não existem motivos para desespero ou crença que a doença pode ser alastrar. Mas adverte que é importante a observação de animais, cães e gatos, principalmente que apresentem comportamento agressivo fora do usual ou ainda morcegos com hábitos matutinos e voando baixo. “O vírus da raiva é rotineiramente encontrado em animais silvestres. O que evitamos é que a doença chegue até a casa das pessoas”, afirma.
Em casos de morte de animais domésticos (cães e gatos) em áreas próximas que tenham registrados focos da doença, encaminhar o animal inteiro para diagnóstico ao LACEN/BA. Para quem mora no campo deve-se evitar o contato direto quando encontrarem animais mortos ou com comportamento atípico, com sinais de agressividade, contrações musculares, paralisias, e comunicar imediatamente a vigilância epidemiológica municipal.
No caso de cães e gatos, deve-se observar o comportamento do animal que tenha tido algum contato com outros animais contaminados (cães de rua, morcegos, sagüis), que apresentem quadro de agressividade. A raiva é uma se caracteriza pela inflamação progressiva do cérebro que leva à morte. È transmitida para humanos pela mordida de um animal, ou ainda pela arranhadura ou lambedura.