sábado, 6 de setembro de 2014

Delação de ex-diretor da Petrobras pode mudar rumo da eleição


paulo roberto costa 05
Depois da morte do candidato à Presidência pelo PSD, Eduardo Campos, que colocou a candidata Marina Silva em segundo lugar na corrida presidencial, na frente do tucano Aécio Neves, brigando diretamente com a presidente Dilma Rousseff, que busca a reeleição pelo PT, outro fato poderá mudar o cenário político, que é a denúncia do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que depôs, ontem (5), aos promotores do Ministério Público, em Curitiba (PR). 
Ele está protegido pela delação premiada, porque apontou nada menos que 32 parlamentares, entre senadores e deputados e um governador, como beneficiários de esquema de pagamento de propinas a partir de contratos da Petrobras com empreiteiras indicadas pelos políticos, cujos nomes ainda não vazaram para a mídia. No entanto, Costa relatou que as propinas eram de 3% sobre o valor de cada contrato e o esquema seguia do terceiro escalão até a alta cúpula da companhia. Ele já vinha ameaçando apertar o botão de uma bomba sobre o Congresso, o que acabou cumprindo, conforme noticiado.
O trato feito com o Ministério Público é o de colocar o depoente em liberdade após a série de revelação. O ex-diretor da Petrobras foi preso durante as diligências da Operação Lava Jato, e prometeu que, se contasse sua história, "não haveria eleição". A notícia dos primeiros vazamentos sobre seus depoimentos colocou em transe os grandes partidos políticos e a maior parte dos deputados e senadores. "Todo dia tinha político batendo na minha porta", teria dito ele, segundo a Agência Estado, em um dos depoimentos, para ilustrar seu relacionamento com as grandes empreiteiras e os parlamentares.
Ao final do depoimento, as transcrições e observações do Ministério Público serão levadas à Procuradoria Geral da República. Ao órgão, caberá abrir processos contra personagens com foro judicial privilegiado. Com depoimentos gravados em vídeo, Costa pode obter um ótimo benefício com a delação premiada. Em lugar de se arriscar a uma condenação de mais de 50 de prisão, ele poderá sair livre ao final do processo. Costa assumiu a diretoria de Abastecimento da Petrobras no primeiro ano do governo Lula, indicado pelo então presidente do PP, José Janene. (LR)

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