sábado, 31 de outubro de 2015

ONU vê um futuro até 2,7°c mais quente até 2100


ONU vê um futuro até 2,7°c mais quente até 2100
Foto: Divulgação / UNFCCC
Faltando exatamente um mês para o início da Conferência de Paris, a Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (UNFCCC) divulgou nesta sexta-feira (30), em Berlim, um relatório analisando as contribuições que a maior parte dos países do mundo apresentou para reduzir o problema das mudanças climáticas. Em linhas gerais, se o mundo cumprir o que está prometendo, vai conseguir evitar um futuro dramático. Mas ainda estamos longe de ficar abaixo dos 2°C - limite considerado seguro. Os cálculos indicam avanço de 2,7°C até 2100. O tom relativamente otimista do relatório faz certo sentido. É a primeira vez que tantas nações se comprometem a tomar ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, assim, tentar frear o aquecimento global. Até 1.º de outubro, 146 países apresentaram as chamadas INDCs (conjunto de compromissos). Juntos, respondem por 86% das emissões de gases de efeito estufa do planeta. De acordo com a análise feita pela UNFCCC, considerando o agregado das propostas - e que todas sejam plenamente cumpridas -, em 2030 o mundo poderá ter deixado de emitir 4 gigatoneladas (Gt) de carbono. Com essas ações, a média de emissões per capita também cairá 9% até aquele ano. A análise não mediu o que isso significaria em termos de temperatura, mas, durante coletiva à imprensa, a secretária executiva da convenção, Christiana Figueres, disse que a estimativa bate com outra feita pela Agência Internacional de Energia (IEA), que chegou a números próximos a esses de 4 Gt e daí extrapolou que o aumento da temperatura pode ficar em cerca de 2,7°C até o fim do século. "É muito boa notícia. Sem as INDCs estaríamos no caminho de 4°C ou 5°C. Mas ficar abaixo de 3°C é diferente de ficar abaixo de 2°C. É um passo notável, mas ainda não é suficiente", alertou. "É uma mensagem positiva com um porém", afirmou Jochen Flasbarth, ministro do Meio Ambiente da Alemanha, que também participou da coletiva. "É essencial ver os dois lados da moeda. Isso prova que os países podem fazer a diferença, mas ainda não estamos onde deveríamos estar. E não vamos aceitar algo acima de 2°C."

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