Foto: José Cruz/ Agência Brasil
Irritados com o corte de R$ 133 milhões no Orçamento de 2016, os
delegados de Polícia Federal decidiram pressionar o ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, para que tome uma atitude em defesa da corporação
vinculada à pasta. Em carta protocolada nessa segunda-feira (28), um
grupo de 37 delegados da PF cobra de Cardozo "menos discursos e mais
ações efetivas do Ministério da Justiça em defesa da Polícia
Federal". Eles querem a realização de "todos os atos institucionais
necessários para impedir que a Polícia Federal seja alvo de um processo
de sucateamento em razão do cumprimento da sua competência
constitucional: combater o crime organizado, os crimes decorrentes dos
desmandos políticos e econômicos e a corrupção". "Caso Vossa Excelência
reconheça a sua impossibilidade política em defender a Polícia Federal,
os delegados exigem, então, que apoie e se engaje, ao lado da
instituição, na busca pela autonomia orçamentária e financeira da
Polícia Federal, por meio de gestões para a aprovação da PEC 412/2009,
que tramita no Congresso Nacional, a qual garantirá a desvinculação da
Polícia Federal do manto do Ministério da Justiça e que permitirá à
instituição Polícia Federal se defender por seus próprios meios contra o
processo de desmonte que a ela está sendo imposto", escrevem os
delegados. O orçamento previsto inicialmente para a corporação atingia
R$ 1 bilhão. O corte de 13% imposto pelo Congresso, no entanto, atinge o
coração de atividades, como operações especiais de combate a malfeitos
contra o Tesouro, segundo eles. Os delegados reclamam que Cardozo não
reagiu ao corte imposto pelo Congresso. "Estamos todos bastante
incomodados porque os discursos (do governo) são todos de apoio à PF,
mas quando os delegados olham para os lados veem uma instituição que se
apequena, com redução grave de projetos fundamentais para o cumprimento
da nossa missão", afirmam. Por meio de sua assessoria de imprensa, o
ministro da Justiça informou que vai encaminhar uma carta à Associação
Nacional dos Delegados de Polícia Federal "demonstrando que não há
desmonte, mas o fortalecimento da Polícia Federal como toda a sociedade
brasileira sabe". A assessoria destacou que a resposta de Cardozo "será
dada igualmente por carta".
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