Foto: Reprodução / Defensoria Pública
Um levantamento inédito feito pelo Projeto Axé aponta que cerca de 20 mil pessoas vivem em situação de rua em Salvador. De acordo com a Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza (Semps), grande parte delas foi viver nas ruas após deixar a prisão e resiste a buscar abrigos. “Temos visto cada vez mais egressos do sistema carcerário. Alguns têm medo de fazer o cadastro achando que tem risco de voltar para a cadeia”, explica Juliana Portela, diretora de Promoção Social Especial da Semps, ao Correio. Segundo Juliana a repulsa dos moradores em situação de rua aos espaços de acolhimento tem uma explicação complexa. “Tem pessoas que nasceram na rua, então é difícil desconstruir a rua como território de identidade dela. Precisa fazer um trabalho de construção de vínculo com a pessoa. Às vezes, a mulher quer ir, o homem não quer. Às vezes têm um preconceito com o abrigo, rixa de bairro”, explica. Já o receio relacionado ao tratamento no sistema carcerário é acompanhado mais de perto pela Defensoria Pública do Estado (DP-BA). Uma equipe multidisciplinar do órgão atua com atendimentos não só de auxílio na obtenção de documentos, mas também com suporte de psicólogos e assistentes sociais. “Temos casos de violência institucional, por conta da Polícia Militar, da Guarda Municipal e até de profissionais da rede de assistência e de saúde. A gente consegue juntar toda a documentação, exame de corpo de delito, relatório médico e até entrar com ação de indenização”, detalha a defensora pública Fabiana Almeida, coordenadora da Equipe Pop Rua, à publicação. De acordo com a Semps, há cerca de 160 vagas disponíveis nas 12 unidades da rede de acolhimento da pasta. Em 2017, a secretaria abordou cerca de 2 mil pessoas, mas apenas 415 aceitaram ser cadastradas pelos agentes. Além das unidades, a prefeitura oferece auxílio moradia de R$ 300 para quem sai do abrigo. Atualmente, 672 famílias são beneficiadas.
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