segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Quem vai herdar os 53 milhões de votos de Lula se ele não for candidato?

Oficialmente, Lula segue pré-candidato. Condenação pelo TRF-4, entretanto, foi sério revés para os planos do ex-presidente . | Ricardo Stuckert/Divulgação
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não irá disputar a eleição presidencial em 2018 a menos que consiga reverter em tribunais superiores sua inegibilidade decorrente da condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), a segunda instância da Lava Jato. A possibilidade de uma eleição sem o petista levanta uma grande dúvida: quem irá herdar os 53 milhões de votos que hoje seriam de Lula.
A dinâmica da política impede uma resposta definitiva para a questão. Contudo, a última pesquisa eleitoral do Instituto Datafolha, divulgada em dezembro do ano passado e que confere 36% das intenções de voto ao petista, e a análise de especialistas dão algumas pistas do que pode ocorrer.
Se Lula desistir da candidatura, num primeiro momento a tendência é de que sejam beneficiados os candidatos de outros partidos de esquerda, mais conhecidos que o possível substituto de Lula no PT. Mas, durante a campanha eleitoral, a partir do momento em que o ex-presidente começar a pedir votos para o petista que irá substituí-lo, esse candidato tende a subir.

Marina e Ciro tendem a se beneficiar. Ao menos no início

O Datafolha de dezembro indicou que há dois candidatos que mais ganham se Lula deixar a disputa: a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT). Ambos são de partidos mais à esquerda. E Marina, além disso, já foi filiada ao PT e fez parte do governo Lula como ministra do Meio Ambiente.
Nos cenários em que o Lula foi colocado como candidato, o melhor desempenho de Marina foi de 11% das intenções de voto. Sem Lula, ela saltou para até 17% – um acréscimo de 6 pontos porcentuais. É o mesmo crescimento do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT): seu melhor desempenho com Lula é de 7%; sem o ex-presidente, de 13%. Nas simulações sem Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, colocado pelo Datafolha como o nome do PT, só chegou aos 3%.

Fora da eleição, Lula tem potencial de ser um grande cabo eleitoral

Pesquisas, contudo, são cenários do momento. E, até agora, o PT não trabalha publicamente com outro nome que não seja o de Lula. Assim, a tendência é de que o desempenho desse outro nome do PT não seja tão bom. Mas isso pode mudar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário