quinta-feira, 10 de maio de 2018

Eleições 2018: partidos nanicos precisam de 'revolução' para se manter vivos


Eleições 2018: partidos nanicos precisam de 'revolução' para se manter vivos
Foto: Reprodução / Blog Luciano do Vale
A criação de uma cláusula de barreira para os partidos políticos provocou uma negociação ainda mais intensa nas eleições de 2018 para a construção das chapas proporcionais, que elegem deputados federais e estaduais. O impacto dessa nova legislação é tamanho que há uma corrida pela sobrevivência que impõe, inclusive, uma minirrevolução nas relações entre as siglas pequenas e aqueles detentores das maiores fatias do bolo partidário. Enquanto os grandes partidos buscam a todo custo formar um “chapão” competitivo para manter os atuais detentores de mandato nos cargos a partir do próximo ano, os nanicos preferem sair agrupados para garantir algumas poucas vagas – que podem ser decisivas para a existência das legendas no futuro. A estratégia já começou a ser rascunhada na última janela partidária, encerrada em 7 de abril. No mês que antecedeu o prazo final, foram diversas as migrações de detentores de mandato em busca de um ninho mais “confortável” para garantir a reeleição. Dois exemplos vêm do PV. Enquanto Marcell Moraes foi para o PSDB para participar de uma chapa com outros partidos com musculatura, além da rejeição dos nanicos, admitamos, o então presidente da sigla, Uldurico Jr., foi até o PPL, onde tentará reeditar a união entre siglas menos expressivas que o elegeu em 2014 – o parlamentar chegou à Câmara dos Deputados pelo PTC. A disputa pela chapa proporcional, inclusive, tem gerado tensão entre os comandantes das legendas. De um lado, aqueles partidos que usam os nanicos como trampolim eleitoral para garantir os votos da chapa e assegurar a reeleição. Do outro, os pequenos que precisam de deputados eleitos e desistiram da estratégia de servirem de base para que caciques políticos se perpetuem no poder. Tal situação se repete tanto do lado do governo quanto da oposição. Porém, no caso dos adversários do governador Rui Costa (PT), a ausência de uma chapa majoritária competitiva acirra os ânimos e provoca o duelo que vem a público com as alcunhas de “chapão” e de “chapinha”. A própria composição das majoritárias passa pelas negociações para as chapas proporcionais. Por isso, até a realização das convenções, não será raro ver no noticiário que as eleições proporcionais vão agitar as negociações dos bastidores. Não é para menos. Para alguns, é uma questão de vida ou morte.

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