sexta-feira, 31 de maio de 2019

Proibição de fumar em público salvou vida de 15 mil crianças, aponta estudo do Inca


Proibição de fumar em público salvou vida de 15 mil crianças, aponta estudo do Inca
Foto: USP
Um estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicou que desde a implementação das leis brasileiras que proibiram fumar em locais fechados e criaram ambientes livres de fumo cerca de 5,1 mil crianças de até um ano foram poupadas entre 2000 e 2016.

A pesquisa Legislação de Ambientes Livres de Fumaça de Tabaco e Mortalidade Infantil foi apresentada nesta sexta-feira (31), pelo médico André Szklo, durante a comemoração do Dia Mundial Sem Tabaco, na sede do instituto.

O estudo apontou que a criação de ambientes sem tabaco produziu uma queda média de 5,2% da mortalidade infantil nos municípios brasileiros. "As cidades com maiores taxas de pobreza e menores níveis de escolaridade foram as mais beneficiadas com redução da mortalidade infantil, mostrando como essa política ajudou a reduzir a desigualdade social", disse Szklo.

A proibição de fumar em lugares públicos fechados passou a valer para todo o país em 2014, mas, antes disso, alguns estados e cidades se anteciparam e fizeram leis com restrições totais ou parciais. Segundo a Agência Brasil, os pesquisadores apontam que, se desde os anos 2000, todo o país tivesse adotado a restrição de fumar em locais fechados, o número de vidas poupadas seria ainda maior, chegando a 25 mil.

Na avaliação de Szklo, a atuação da indústria do tabaco foi determinante para atrasar a proibição total do fumo em locais fechados no Brasil. A pesquisa cita documentos que mostram que o setor questionou os malefícios do fumo passivo e buscou influenciar o Legislativo a afrouxar as restrições, que eram debatidas.

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