O presidente Michel Temer afirmou em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), exibida ontem, que uma "campanha oposicionista" tenta enfraquecer o governo, mas, segundo ele, não tem "a menor possibilidade de prosperar". Temer fez a afirmação ao responder a uma pergunta sobre a insistência da oposição de cobrar a apresentação de uma terceira denúncia contra ele pela Procuradoria Geral da República (PGR). O presidente é investigado no chamado inquérito dos portos, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito apura se ele recebeu propina em troca de decreto para favorecer empresas portuárias. O presidente nega qualquer irregularidade. "Ela [a terceira denúncia] é uma mera hipótese. Fala-se isso para tentar desvalorizar o governo. Ela não tem a menor possibilidade de prosperar. Eu diria que é mais pífia, de menor dimensão até do que as denúncias anteriores", disse Temer.
O presidente lembrou que, em 2017, a Câmara dos Deputados decidiu barrar o avanço de duas denúncias apresentadas contra ele pela Procuradoria Geral da República. "As duas denúncias iniciais eram denúncias pífias. E tão pífias que o Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados, não teve a menor dúvida em rejeitá-las", declarou. Na pergunta, uma das entrevistadoras questionou sobre a possibilidade de se afastar um presidente da República a poucos meses da eleição, em outubro. "Não tenho nenhuma preocupação. Há apenas uma campanha deliberada para dizer: ‘Ah, pode vir uma terceira denúncia etc.’. Isso é para tentar enfraquecer o governo. Se nós resistimos até hoje, imagine se não pode resistir mais quatro, cinco, seis meses", completou. Temer declarou que a discussão sobre a conveniência de tratar da deposição de um presidente poucos antes meses da eleição depende do delito praticado. Para ele, não há essa possibilidade no momento. "Essa possibilidade, se eu fosse dar uma nota, daria nota zero", declarou.
Eleição - Temer disse que decidirá sobre uma eventual candidatura à reeleição até julho, e que protestos e críticas não vão interferir nas decisões que pretende tomar. A declaração foi feita em entrevista à Agência Brasil ao ser questionado sobre manifestações negativas tal como as que aconteceram no início desta semana, quando o presidente esteve no local onde um prédio desabou no centro de São Paulo e teve de sair às pressas após ser hostilizado aos gritos de "golpista". “Eu achei que seria falta de autoridade eu não comparecer [ao local onde o prédio desabou]. Lamento, mas tenho de enfrentar”, disse o presidente, que considerou que teve uma "reação de coragem e de autoridade". "Não seria este fato que me faria desistir da reeleição”, acrescentou Michel Temer.
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