Na semana passada postamos em nosso blog um artigo enviado por Alexie Cruzado, o qual cursa medicina na Bolívia. O artigo enviado por ele anteriormente, entitulado por
Medicina na Bolívia realmente vale a pena ?, como o próprio nome diz explica um pouco sobre como é estudar medicina na Bolívia, se realmente vale a pena, levando-se em conta a língua diferente -o espanhol-, a diferença cultural, a distância e etc.
Bolívia: Em qual
cidade residir? Qual é a melhor Universidade?
Por: Alexie Carlos Cruzado
Este artigo apresenta
informações a seguir, como instrumento útil para os futuros estudantes que por
ventura queiram vir estudar medicina na Bolívia. Espero influenciar
positivamente aos futuros colegas, no aspecto ético e moral.
Em nível de
conhecimento geral vale informar que existem três tipos de Medicina, e são
eles: 1º A medicina preventiva, 2º a curativa, 3º e quando a enfermidade deixa
seqüelas. Nos tempos atuais se da maior
importância a Medicina Preventiva com objetivo de não deixar que nossos pacientes
adoeçam para não ter que aplicar a medicina curativa. Em países como a China
aonde um dos únicos profissionais que não presta reverencias ao imperador é o
professor, também tem regras e normas para com os profissionais da Medicina.
Vivemos em uma sociedade capitalista e na sua grande maioria os Seres Vivos se
vêem escravos do dinheiro. Porém o médico tem um compromisso de curar seus
enfermos, mas sabemos que tudo na vida tem um custo, não digo com isto que nos
tornamos mercenários do capitalismo selvagem, mas às vezes nos sentimos com o
ego elevado se temos muitos enfermos para curar. No entanto na China, o médico
só ganha seu soldo se nenhum paciente adoecer e este sim é considerado um bom
profissional da saúde.
Diante esta breve
explanação ressalvo o que meu docente de Semiologia, umas das disciplinas essenciais
da área clinica, sempre nos alertava: “Jamais
se deve lucrar com a dor do seu paciente”. Dr. Carlos Romero.
Mas a final em que
cidade morar? Nas cidades que fazem fronteira com o Brasil?
E volto a enfatizar o que
foi dito em informações anteriores, aonde menciono se realmente vale à pena
estudar na Bolívia, visto que a imprensa barata e sensacionalista coloca a Bolívia,
país que esta acolhendo milhares de brasileiros, dispostos a aprender,
persistir e seguir seus sonhos, como um país que forma profissional na área da
saúde para representarem um verdadeiro perigo à saúde pública brasileira. Desta
forma foram televisionadas a mais ou menos dois anos atrás, faculdades que
existem na fronteira Bolívia – Brasil, mostrando reais absurdos, mas não é o
que condiz com a realidade, tendo em vista que não foi informado a respeito das
reais circunstâncias do ensino medico neste país e muito menos mostrarão as
verdadeiras cidades existentes na Bolívia.
Povoados existem até no
Brasil, faculdades de fundo de quintal no Brasil também existem, mas será que
são reconhecidas pelo MEC? Claro que não, aqui também existe um órgão de
Educação denominado Seduca – Serviço Departamental de Educação da Bolívia, que
também não considera as “faculdades” da fronteira como tal.
Através deste
esclarecimento lhes induzo a perguntarem a si mesmos, realmente existe um
perigo nos médicos formados na Bolívia para a saúde pública brasileira?
Fraude, corrupção,
compra, venda, inconscientes existem em todo globo terrestre, no Brasil não
deixa de ser diferente.
A forma de
esclarecimento existe três grandes cidades na Bolívia e são elas:
Santa Cruz com 3
milhões de habitantes, clima tropical, parecido ao do Brasil e mais próximo do
nível do mar, La existem faculdade como Udabol e Ecológica.
La Paz com 2.030.422
habitantes e esta a 3650 msnm, clima frio devido a sua altura, La não tem
muitos brasileiros estudando, porque não se adaptam ao clima.
Cochabamba, terceira
cidade mais importante, localizada na cordilheira dos Andes, com uma população
aproximada de 1.050.642 habitantes e uma altura de 2570msnm. Clima também
considerado frio se comprarmos a Cidade de Santa Cruz. Cochabamba é hoje uma
cidade universitária visto que aqui estão as principais universidades do país e
o maior número de universitários. Seu custo de vida vem a ser o mais accessível
entre as três cidades mencionadas.
Onde morar? Fica a
critério de cada um, eu optei vir para Cochabamba por já ter familiares que
aqui estavam quando decidi seguir esta jornada. Cabe a cada um decidir para
onde ir.
Na verdade não existe
uma formula secreta para ser um bom medico, é estudar e ter consciência que
decidimos seguir não uma carreira, não um estudo e sim um estilo de vida, pois
deixamos de ser pessoas normais para nos tornarmos escravos dos livros, para
perdermos horas de sono estudando e desaparecer da sociedade por um longo
período de seis anos para reaparecer como bons médicos ou simples médicos.
Mas agora vem a
pergunta que deixa muitos de cabelo em pé. Qual a melhor universidade de
medicina?
Por lógica eu
responderia a Upal (Universidad Plena Abierta Latinoaméricana), afinal estudo
nesta universidade. Mas seria injusto contra vocês leitores e meus princípios,
existem muitas outras universidades em Cochabamba e o maior exemplo de uma
delas é a Universidad Mayor de San Simón, que é Estatal e podemos comparar a
Universidade Federal da Bahia. No entanto, ainda temos “alunos” que escolhem a
fachada, estrutura, a roupa mais bonita, e entre a melhor estrutura esta a
Universidad del Valle – Univalle a maior universidade com uma estrutura de
deixar qualquer ser vivente boquiaberto. Posso mencionar muitas outras como a
Unifranz, Udabol, Unitepec.
Mas desta vez eu que
pergunto a vocês, o que realmente vale a pena para sua pessoa, a faculdade ou
sua vontade de aprender? A estrutura ou o ensino em si?
No meu ponto de vista,
em minhas experiências com a vida lhes digo o que muitos de vocês já devem ter ouvido
quem faz a univerdiade é o aluno, tendo em vista que a capacidade de seguir
adiante e vencer esta dentro de cada um. Más também já mencionei antes, quem
não tem consciência, que trata a medicina como um jogo, segue atalhos perigosos
e um dos princípios de Jesus Cristo foi, jamais seguir atalhos, pois eles podem
te levar a destruição e a um mar de desesperos.
Quem esta nesta terra
maravilhosa chamada Bolívia – Cochabamba sabe quais são as verdadeiras,
faculdades, com verdadeira dignidade e que trata a medicina com caráter e não
como um jogo. Não mencionarei o nome destas faculdades, não me convém e jamais
irei denegrir a imagem de ninguém. No entanto me pergunto vale a pena comprar
matérias, semestres?
Tendo em vista que em
algum momento irei falhar como homem, ser humano e médico?
É da natureza seguir
certos processos, se existem seis anos para se estudar medicina é porque há uma
seleção natural durante este período, o incapaz desiste, se desmotiva e vai embora, ou opta por uma outra
carreira que condiga com sua realidade. Temos que ter uma base real para
podermos ser bons médicos de nada serve seguir atalhos que futuramente farão do
Homo Sapiens regredir a um Homo Simiuns. Na sociedade nem o homem, nem nenhuma
outra coisa deve ultrapassar os limites estabelecidos pela natureza. E lhes
digo caros leitores, da Bolívia sairão bons profissionais da saúde sim, mas os
que se comprometerão, mesmo que tenham repetido algumas das diversas disciplinas
duas ou três vezes, mas estes sim são os que têm compromisso, visto que não se
corromperão e seguirão o rumo natural da vida e da seleção acadêmica.
Em nível de mais
informação lhes comento o que o diretor da carreira de medicina da Upal (Dr.
Rafael Valdivia) nos comentava outro dia em sala de aula. O colégio médico da
Bolívia é tão rígido quanto o Conselho Regional de Medicina do Brasil, e deixo
aqui uma reflexão aos que outrora optarão por encurtar os caminhos, 50% dos
estudantes estão sendo reprovados no Exame de Graduação, pois não tem a menor
idéia do que seja medicina, e voltam a repetir todo seu internato e mais os que
persistem e chegam a fazer este exame de graduação por 4 vezes voltam a fazer
toda a área clinica é dizer voltam para o terceiro ano. Então é pensar mil
vezes se querem ser médicos ou se querem matar seus pacientes.
Para finalizar estas
informações preciosas e de grande valia a meu ver, ressalvo tudo que lhes falei
dizendo, que devemos pensar o quão baixo esta o valor da Vida Humana e deixo
alguns trechos do Juramento Hipocrático para que meus futuros colegas e futuros
médicos leiam e reflitam sobre seus ideais, convicções e seu breve e não tão
longe compromisso com seus pacientes – Seres Humanos.
“Eu juro que não darei a
nenhuma pessoa remédio mortal, ainda que seja por ela pedido...
Também não darei a
mulher alguma substância ou objeto destinado a provocar abortamento...
Nunca me servirei de minha profissão pata corromper os
costumes ou favorecer o crime.
(Trechos do
Juramento Hipocrático).